Mundo

Forças de segurança israelenses invadem livrarias palestinas

A operação ocorreu no último domingo

Escrito por Meon

10 FEV 2025 - 19H30 (Atualizada em 10 FEV 2025 - 19H35)

reprodução

No domingo (9), forças de segurança de Israel realizaram uma operação em duas livrarias palestinas em Jerusalém Oriental, confiscando diversos livros e efetuando a prisão de dois membros da família Muna. Segundo relatos de familiares, imagens das câmeras de segurança mostram policiais vasculhando o local e colocando livros em sacos de lixo, enquanto danificavam materiais na Livraria Educacional, um estabelecimento com mais de 40 anos de história.

+ Leia mais notícias do Mundo

+ Receba as notícias pelo Canal do Meon no WhatsApp

O proprietário da livraria, Iyad Muna, disse à CNN que o maior impacto da invasão ocorreu na filial em árabe, onde livros e cadernos foram espalhados pelo chão. A polícia de Israel informou que Mahmoud e Ahmed Muna foram presos sob suspeita de comercializar materiais que incitam o terrorismo, alegação que está sendo contestada pela defesa.

O advogado dos detidos, Nasser Odeh, expressou surpresa com a decisão de estender a prisão dos homens, afirmando que a acusação não se sustentava. Odeh argumentou que os livros apreendidos tratam de temas como a história da Palestina, os direitos humanos e a vivência do povo palestino, e não deveriam ser considerados uma ameaça.

A detenção dos dois causou reações de protesto, com representantes diplomáticos da União Europeia, Reino Unido e Brasil presentes no tribunal para acompanhar a audiência. Entre os livros apreendidos pela polícia estava um infantil intitulado “Do Rio ao Mar”, uma frase politicamente sensível, frequentemente associada à demanda de um Estado palestino que se estende do Rio Jordão até o mar Mediterrâneo, mas que é vista por muitos israelenses como uma ameaça à existência de Israel.

A Livraria Educacional, fundada em 1984, se consolidou como um ponto de referência cultural e educacional em Jerusalém Oriental. Além de livros sobre o conflito árabe-israelense, a livraria oferece literatura palestina contemporânea, arte e história local. Organizações de direitos humanos e representantes da ONU manifestaram indignação com o ocorrido, considerando a invasão um ataque à liberdade de expressão e um retrocesso para os direitos culturais e políticos dos palestinos.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Meon, em Mundo

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.