Estado de São Paulo

Estado de SP decreta emergência para dengue

Governo anunciou investimentos e ações conjuntas

Escrito por Meon

19 FEV 2025 - 15H00 (Atualizada em 19 FEV 2025 - 16H12)

Adenir Britto/PMSJC

O Governo de São Paulo decretou, nesta quarta-feira (19), situação de emergência em saúde pública no Estado, em razão da epidemia por dengue. A medida foi anunciada pelo secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, durante reunião do Centro de Operações de Emergências (COE) para as arboviroses, na capital paulista.

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Paiva anunciou, também, durante coletiva de imprensa, o aumento do financiamento para internações de pacientes com dengue. O acréscimo de 20% no teto MAC (Média e Alta Complexidade) impacta diretamente na assistência prestada pelos hospitais e unidades de saúde conveniadas ao SUS em todas as regiões do Estado.

“Mais uma vez o Estado se antecipa no enfrentamento da doença. O objetivo é garantir que cada município tenha a infraestrutura necessária para adotar as medidas certas no momento certo. Os reforços anunciados são para assegurar que os pacientes recebam a assistência necessária e que os municípios atuem adequadamente para o combate às arboviroses”, destacou o secretário.

O evento aconteceu no Instituto Butantan e contou com a presença de Ésper Kallás, diretor do Instituto; Priscilla Perdicaris, secretária executiva da SES; Cecilia Mantovan, secretária executiva de Comunicação do Governo de São Paulo; Radharani Rodrigues, da Secretaria de Educação do Estado; Carlos Roberto Junqueira, da Casa Civil; e a sargento Mirella Pelege, da Defesa Civil. Além da participação online do Cosems (Conselho de Secretários Municipais da Saúde de São Paulo), da Secretaria de Desenvolvimento Social e da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), 225 municípios paulistas já atingiram mais de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes. O decreto facilita o acesso das cidades a recursos federais e estaduais. Cada gestão municipal, a partir da análise de seu cenário epidemiológico, poderá utilizar a medida estadual para decretar emergência em âmbito local.

A diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da SES, Tatiana Lang, destacou a importância do monitoramento contínuo e do controle dos criadouros. “A conscientização é a medida mais eficaz para combater a doença. E as campanhas desempenham um papel fundamental na conscientização da população e no fortalecimento do combate às arboviroses”.

Reforço nos equipamentos

Outra medida anunciada pela Pasta foi o investimento de R$ 3 milhões na aquisição de 100 novos equipamentos de nebulização portátil e mais 10 de nebulização ambiental. Ao todo, o Governo de SP disponibiliza 730 máquinas portáteis e 55 pesadas para o combate ao mosquito transmissor da dengue.

Medicamentos

Diante do cenário epidemiológico, a SES investiu, ainda, na aquisição de medicamentos, como sais de reidratação oral, soro fisiológico e antitérmicos para o tratamento de pacientes. A Pasta reforçou o estoque com 32 milhões destes itens para apoiar municípios que enfrentarem dificuldade no abastecimento das unidades de saúde.

Vacinação

O Instituto Butantan desenvolve a primeira vacina de dose única contra a dengue do mundo, o que coloca São Paulo e o Brasil na vanguarda. Os estudos sobre o candidato a imunizante começaram em 2016 e terminaram em junho de 2024. Os resultados, publicados no The New England Journal of Medicine, indicaram que a vacina do Butantan reduziu em 79,6% o risco de adoecer em consequência do vírus da dengue. Além disso, reduziu em 89% o risco de desenvolver formas graves da doença.

"O Instituto Butantan trabalha há algumas décadas no desenvolvimento da vacina contra a dengue e está finalizando as etapas para nova submissão à avaliação. Trata-se de uma vacina de dose única, essencial para a prevenção da doença. Com o apoio do Governo do Estado, o Butantan avança na produção, mesmo diante dos desafios", informou o diretor do Instituto Butantan, Ésper Kallás.

A vacina é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos da dengue, inclusive o DENV-3, que voltou a circular recentemente no estado. Além disso, é também a vacina contra a dengue que cobre a faixa etária mais ampla. Em dezembro de 2024, o Instituto Butantan entregou o último pacote de informações para Anvisa e, agora, as duas instituições estão em fase de complemento de informações para o registro e autorização de uso do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Ações integradas

Em janeiro deste ano, o Governo de São Paulo anunciou a criação COE de combate ao Aedes aegypti e a antecipação de R$ 228 milhões do IGM SUS Paulista (Incentivo à Gestão Municipal) aos 645 municípios do Estado.

O COE é formado pelas secretarias de estado da Saúde, Comunicação, Secretaria da Segurança Pública, Secretaria da Educação, Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística e Secretaria de Desenvolvimento Social, Casa Civil, Casa Militar e Defesa Civil.

No mesmo mês, o Governo de São Paulo apresentou o Plano de Contingência das Arboviroses Urbanas 2025/2026, com as principais estratégias, ações e recomendações de combate à dengue, chikungunya e Zika na Sala de Situação montada pela Pasta, reforçando o papel da vigilância e controle, além de ampliar a rede assistencial.

A SES disponibilizou capacitações aos trabalhadores da saúde dos 645 municípios por meio de cursos e treinamentos online para manejo clínico, organização dos serviços, e atendimento para arboviroses.

O objetivo é reduzir a incidência e mortalidade causada pelas doenças e coordenar a resposta estadual de forma integrada entre todos os níveis de atenção à saúde.

O plano considera cenários de mobilização e alerta regional, conforme o número de casos suspeitos e confirmados em períodos de quatro semanas consecutivas.

A área de Vigilância Epidemiológica, que apontou a prevalência do sorotipo 3 circulando no Estado, identificado pelas 71 unidades sentinelas que monitoram a circulação do vírus da dengue, do tipo 1 ao 4, em todo o território paulista. O sorotipo 3 da dengue estava com baixa predominância desde 2016 e 2017, foi reintroduzido no Estado de São Paulo em 2023, conforme identificado pelo monitoramento das unidades sentinelas para arboviroses.

Mobilização e transparência

Desenvolvida pela Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) da SES, os novos painéis ampliam a transparência na consulta dos casos por dengue e chikungunya no Estado, por meio do portal dengue.saude.sp.gov.br.

Os dados estão disponíveis para todos os usuários e são atualizados em tempo real, mostrando números detalhados das doenças. O site ainda permite uma consulta rápida e prática, com opções de filtros por município e região.

A secretária executiva de Comunicação do Governo de São Paulo apresentou a campanha multimídia "São Paulo: somos todos contra o mosquito da dengue", que reforça a importância da eliminação dos criadouros do Aedes aegypti, transmissor da doença. A campanha pode ser acessada em: https://www.youtube.com/watch?v=rVIymmzOBC8

Para esclarecer as dúvidas da população sobre as arboviroses urbanas, a SES lançou o portal “Dengue 100 Dúvidas”. O serviço se torna um importante aliado para desmistificar fake news que circulam nas redes sociais e orientar a população sobre o combate ao mosquito. O acesso está disponível no link: www.dengue100duvidas.sp.gov.br.

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