Estado de São Paulo

Prefeitura substitui tradicionais luminárias japonesas por LED, em São Paulo

Medida é um esforço para equilibrar diferentes camadas culturais

Escrito por Meon

21 NOV 2024 - 14H16 (Atualizada em 21 NOV 2024 - 15H53)

Reprodução

As tradicionais luminárias japonesas da Rua dos Aflitos, no bairro da Liberdade, em São Paulo, foram substituídas por postes de iluminação LED. A mudança, realizada após reivindicações do movimento negro, busca respeitar a memória histórica da região, que abrigava um cemitério de escravizados no século XVIII.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, a medida é parte de um esforço para equilibrar as diferentes camadas culturais e históricas do bairro. A rua, onde está localizada a Capela dos Aflitos — construída em 1779 —, será o local de um futuro memorial em homenagem à memória negra.

A Liberdade é amplamente conhecida por sua forte identidade ligada à cultura japonesa, representada por elementos como as luminárias Suzuranto, que permanecem no restante do bairro. No entanto, a Rua dos Aflitos possui um passado histórico distinto, sendo associada à memória de escravizados que foram enterrados na região.

Em nota, a Prefeitura explicou que a substituição das luminárias japonesas foi uma resposta às preocupações levantadas por entidades do movimento negro, que consideraram as Suzuranto inadequadas ao contexto histórico do local. A troca foi vista como um passo importante para garantir que a memória dos diferentes grupos que marcaram o bairro seja respeitada.

A decisão também está alinhada com o projeto do memorial que será erguido na Capela dos Aflitos, anunciado em 2023. O espaço terá como objetivo homenagear e preservar a memória negra no bairro, reconhecendo o papel dos escravizados na formação da cidade.

Embora a mudança tenha gerado debates, tanto entre moradores quanto frequentadores do bairro, a Prefeitura destacou que o restante da Liberdade continuará com os elementos tradicionais da cultura asiática, que fazem parte da identidade visual e histórica da região.

A iniciativa reflete o compromisso em reconhecer e valorizar as diversas histórias que coexistem na cidade, promovendo um diálogo cultural mais inclusivo.

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Por Meon, em Estado de São Paulo

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