Estado de São Paulo

PMs suspeitos de ligação com PCC e assassinato de delator são alvos de operação em SP

Corregedoria prende 13 policiais e investiga morte

Escrito por Meon

16 JAN 2025 - 11H02 (Atualizada em 16 JAN 2025 - 11H59)

Reprodução

Na manhã desta quinta-feira (16), a Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo deflagrou a operação "Prodotes", com o objetivo de prender 15 policiais militares suspeitos de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e no assassinato de Antônio Vinicius Gritzbach, 38, um delator da facção criminosa. Até o momento, 13 policiais foram detidos, e buscas seguem na capital e na Grande São Paulo.

A investigação teve início em março de 2024, após uma denúncia anônima apontar o vazamento de informações sigilosas por parte de policiais, favorecendo a alta cúpula do PCC. Segundo a Corregedoria, Gritzbach foi assassinado por um PM da ativa que integrava sua escolta privada. O empresário foi morto a tiros em 8 de novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, ao retornar de uma viagem a Alagoas.

Crime e suspeitas

Imagens do ataque mostram Gritzbach sendo alvejado por homens encapuzados que desembarcaram de um Volkswagen Gol preto na área de desembarque do terminal 2 do aeroporto. O crime ocorreu em meio à movimentação de outros passageiros, e os atiradores fugiram rapidamente.

O delator havia firmado um acordo de colaboração premiada com a Justiça e, segundo apurações, era jurado de morte pelo PCC. Ele também era suspeito de ordenar a execução de dois integrantes da facção. Na ocasião, Gritzbach estava acompanhado de sua namorada e de um policial que fazia parte de sua escolta particular.

Escolta ilegal e falhas na segurança

Gritzbach contratou cinco policiais militares para sua segurança particular, apesar de não ter direito a escolta oficial. Quatro desses PMs aguardavam em veículos blindados, mas alegaram que um dos carros apresentou problemas mecânicos no momento do crime, deixando parte da equipe em um posto de combustível próximo ao aeroporto.

O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que o trabalho de inteligência da polícia foi crucial para identificar o atirador, que será apresentado à Justiça. “Após análise de imagens e reconhecimento, conseguimos qualificá-lo e solicitar sua prisão”, explicou Derrite.

A investigação busca esclarecer se a falha na escolta foi acidental ou deliberada, já que os policiais estavam sob suspeita desde abril de 2024. Detalhes do caso serão apresentados em uma coletiva de imprensa às 11h, na sede da Corregedoria.

Ligação com corrupção policial

Além da morte de Gritzbach, os PMs são investigados por suposto envolvimento em esquemas de corrupção e vazamento de informações operacionais que beneficiavam o PCC. A operação "Prodotes" reflete os esforços das autoridades para combater a infiltração do crime organizado nas forças de segurança do estado.

As investigações continuam, e a Justiça avaliará os desdobramentos do caso, que envolve um dos episódios mais graves de ligação entre agentes públicos e o crime organizado no país.

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