A nova legislação que proíbe o uso de celulares nas escolas entrou em vigor neste ano e tem provocado um debate sobre como equilibrar os benefícios da tecnologia com a preservação da concentração e do relacionamento entre alunos. A medida afeta diretamente os estudantes, mas também representa um desafio para os professores, que precisam adaptar suas estratégias pedagógicas.
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A Lei nº 15.100/25, que regulamenta o uso de dispositivos móveis, proíbe que estudantes de instituições públicas e privadas utilizem seus celulares durante o período escolar, incluindo nos intervalos. No entanto, existem exceções: os alunos podem usar os dispositivos quando estiverem envolvidos em atividades pedagógicas específicas, desde que orientados pelos educadores.
Professores entrevistados destacam que o principal desafio está em integrar a tecnologia de maneira produtiva, sem prejudicar a interação social e o foco dos alunos. Márcio Roberto Thomaz, diretor de uma escola municipal em São Paulo, afirma que a transição tem sido tranquila. “Notamos que os estudantes estão mais engajados nas interações entre si, e o diálogo se intensificou”, comentou. Ele ressalta que o objetivo da medida é não ser apenas uma proibição, mas uma iniciativa que visa o bem-estar e o desenvolvimento dos alunos.
Em outro estado, Gustavo Affonso de Paula, coordenador pedagógico da Escola Sesc de Ensino Médio no Rio de Janeiro, aponta que a chave para o sucesso da medida é a comunicação aberta entre todos os envolvidos no ambiente escolar. “No ano passado, já começamos a implementar caixas nas salas de aula onde os alunos deixavam seus celulares, principalmente durante atividades e avaliações específicas. Agora, com a lei, estamos criando protocolos mais detalhados para o uso da tecnologia”, explicou. Ele acredita que a lei ajudará a promover um ambiente equilibrado, onde a interação social e a aprendizagem ativa se destaquem.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a regulamentação dessa lei está em processo de aprofundamento. No final de janeiro, o MEC organizou um evento virtual para discutir o uso de celulares nas escolas, e em fevereiro, publicará novas diretrizes para detalhar melhor as restrições. Além disso, o MEC anunciou que um decreto presidencial esclarecerá questões específicas da lei, enquanto o Conselho Nacional de Educação (CNE) elaborará uma resolução com diretrizes operacionais.
Anita Stefani, diretora da Secretaria de Educação Básica, revelou que em março será lançado um material direcionado aos estudantes, com o objetivo de promover o uso consciente da tecnologia no ambiente escolar. O foco será sensibilizar os alunos sobre a importância de uma relação equilibrada com os dispositivos digitais, promovendo um uso saudável e responsável.
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