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Estudo brasileiro liga Covid longa a transtornos neuropsiquiátricos

Pesquisa mostra inflamações associadas a depressão, ansiedade e dificuldades cognitivas

Escrito por Meon

05 MAR 2025 - 21H00

Foto: Governo do Estado de São Paulo

Um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros e publicado na revista Brain, Behavior, and Immunity identificou uma ligação entre inflamação persistente e sintomas neuropsiquiátricos em pacientes que tiveram Covid-19 de forma moderada ou grave. O levantamento acompanhou 108 indivíduos durante dois anos após a alta hospitalar e revelou que biomarcadores inflamatórios, como a eotaxina e o fator de crescimento vascular endotelial (Vegf), estão diretamente associados a quadros de depressão, ansiedade e comprometimento cognitivo.

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De acordo com os pesquisadores, a eotaxina – relacionada a processos neurodegenerativos – demonstrou forte conexão com sintomas depressivos, enquanto o Vegf, proteína responsável por estimular a formação de vasos sanguíneos, apresentou associação com a ansiedade. Além disso, o estudo analisou o índice pró-inflamatório, que reúne diversos marcadores, apontando a inflamação como um fator crucial na persistência de sintomas psiquiátricos e cognitivos em pessoas com Covid longa.

A pesquisa foi liderada por Felipe Couto, estudante da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), sob a orientação dos psiquiatras Euripedes Constantino Miguel e Rodolfo Furlan Damiano, do Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (Cism), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Segundo Couto, os biomarcadores inflamatórios podem servir como ferramenta para diagnóstico e prognóstico da Covid longa, auxiliando no desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais eficazes.

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Utilizando análises estatísticas avançadas, como modelos aditivos generalizados e redes psicológicas, o estudo aprofundou a relação entre inflamação e os impactos mentais e cognitivos da Covid longa. Os resultados reforçam a necessidade de mais pesquisas com amostras ampliadas e grupos de controle, contribuindo para a busca por tratamentos que minimizem os efeitos prolongados da doença.

“Esses achados são essenciais para compreendermos melhor a Covid longa e para a criação de abordagens terapêuticas mais precisas”, destacou Couto.

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