Começa a valer nesta quarta-feira (12), as tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos sobre as importações de aço e alumínio. O Brasil será especialmente afetado pela medida, por ser o segundo maior exportador de aço para os EUA, ficando atrás apenas do Canadá.
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O plano tarifário, engendrado pelo presidente Donald Trump, irá impactar nas exportações e na indústria nacional, com queda na produção de empregos e redução no preço das ações de empresas listadas na B3, a Bolsa de Valores do Brasil, segundo analisam especialistas ouvidos pelo Terra.
“O setor siderúrgico brasileiro exporta uma parte relevante de sua produção para os EUA, e a imposição de tarifas pode reduzir essa demanda. Com isso, empresas do setor podem enfrentar dificuldades financeiras, afetando empregos e investimentos. Além disso, se o Brasil decidir retaliar com tarifas sobre produtos americanos, pode haver impactos em outras cadeias produtivas que dependem do comércio bilateral”, diz Hugo Garbe, economista e professor da Mackenzie (UPM).
O Brasil ainda não se manifestou especificamente sobre as tarifas que entram em vigor nesta quarta. Porém, em falas à imprensa anteriores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou algumas vezes que vai utilizar da "lei da reciprocidade" e taxar os EUA em retorno.
Com relação às empresas, três siderúrgicas brasileiras devem ser mais afetadas pela taxação. São elas: ArcelorMittal e Ternium, fabricantes de placas que exportam a maior parte de sua produção aos EUA, e CSN, que embarca produtos laminados de alto valor agregado. A Usiminas faz vendas esporádicas para os EUA.
Já no alumínio, a CBA, controlada do grupo Votorantim, é quem mais sofre, pois exporta produtos laminados (folhas), mas o volume não passa de 5% das vendas da empresa, segundo informações. Segundo dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), os embarques para os EUA representaram 17% (US$ 267 milhões) do total exportado pelo setor no ano passado - US$ 1,5 bilhão. Há empresas, como a Hydro, que não exporta nada para o mercado americano.
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Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA
Apesar do prognóstico negativo em um primeiro momento, os economistas analisam que os EUA podem deixar de ser o principal destino das exportações de aço. Uma alternativa pode ser a própria China. Antes, porém, a economista e head da mesa internacional da Nomos, Bruna Allemann, os produtores brasileiros devem sentir "perdas financeiras".
“Caso as exportações diminuam, pode haver um excedente de oferta no mercado interno, o que poderia pressionar os preços para baixo. No curto prazo, as empresas brasileiras podem buscar mercados alternativos para seus produtos, mas a realocação pode não ser imediata, causando possíveis perdas financeiras”, afirma Bruna Allemann. (*Com informações de Estadão Conteúdo)
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