Em 2025, o preço do café promete continuar sua trajetória de alta, o que deve prejudicar ainda mais o bolso do consumidor. As previsões de associações de produtores brasileiros indicam que o aumento do preço do grão será resultado de uma colheita fraca, causada pela escassez de chuvas e pela seca que afetou grandes regiões produtoras. Em 2024, o café já foi considerado um dos principais responsáveis pela inflação, alcançando o maior valor de sua história e registrando uma alta acumulada de 40%. Esse aumento refletiu diretamente no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ultrapassou o teto da meta estabelecida pelo governo.
Além disso, o crescimento do consumo global, especialmente na China, que mais que dobrou sua demanda pelo grão nos últimos anos, também exerce pressão sobre os preços. O café, atualmente, é a segunda commodity mais negociada do mundo, atrás apenas do petróleo. O Vietnã, outro grande produtor, também enfrenta dificuldades climáticas, o que agrava ainda mais a situação.
O impacto da cotação do dólar é outro fator importante para o aumento do preço do café. Ricardo Borges, professor de ciências agrárias e sociais, explica que, apesar de a alta do dólar tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional, ela também eleva os custos de insumos e maquinários importados, o que pode encarecer ainda mais a produção.
Com esses fatores combinados, a expectativa é que o preço do café continue pressionando a inflação em 2025, tornando a compra do produto mais cara para os consumidores brasileiros.
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