Brasileiros deportados dos Estados Unidos relataram terem sofrido tortura e agressões por parte de agentes de imigração norte-americanos durante o processo de deportação. No último sábado (25), um voo com 158 pessoas a bordo, sendo 88 brasileiros, pousou no Aeroporto de Confins, em Minas Gerais.
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Conforme disseram os deportados, eles permaneceram algemados e acorrentados durante todo o trajeto, enfrentando condições desumanas, como calor extremo e restrições ao uso do banheiro. Um dos passageiros, Jeferson Maia, afirmou ter sido agredido e enforcado por um dos seguranças durante o voo. “Fique 50 horas acorrentado no braço, na barriga e nos pés. Sem poder ir ao banheiro. Se fosse, ficava com a porta aberta. Estávamos suados, as crianças chorando. Pedimos para sair [do avião] e não deixaram. Um deles me agrediu, me enforcou, não sei quem é o segurança. A gente pedia para tirar as algemas, meu braço está inchado”, contou Jeferson Maia à BandNews TV.
“Fiquei 8 meses no processo [de deportação], achando que poderia sair, mas na verdade não consegui. Fiquei 8 meses em um lugar quente, sendo torturado psicologicamente, não me alimentando bem, sem saber o que ia acontecer. Foi muito difícil”, relatou Deividson Toledo.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, orientou a Polícia Federal a recepcionar os brasileiros deportados em Manaus e determinou às autoridades norte-americanas a imediata retirada das algemas. A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, classificou as denúncias como graves violações e destacou a necessidade de acolhimento humanitário.
Uma estimativa do governo norte-americano aponta que o país tem quase 5 milhões de imigrantes ilegais, dos quais 230 mil seriam brasileiros.
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