A expectativa para a Páscoa de 2025 não é nada animadora para os amantes de chocolate: com o aumento vertiginoso no preço do cacau, os ovos de chocolate devem ficar mais caros e com menos cacau em sua composição. Em dezembro de 2024, o preço da tonelada de cacau chegou a US$ 11.040, um aumento de 163% em relação ao ano passado, o que impactou diretamente no mercado brasileiro.
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Esse aumento é reflexo de problemas climáticos nas principais regiões produtoras de cacau, localizadas na África, que são responsáveis por 70% do fornecimento mundial. A Costa do Marfim, maior produtora mundial, foi uma das mais afetadas pelas condições adversas. Como o cacau é uma commodity, o seu preço é determinado globalmente, e isso acaba refletindo no custo do chocolate brasileiro.
No ano passado, fabricantes de chocolates tentaram contornar esse aumento com estratégias como o aumento da variedade de produtos e a redução do tamanho das embalagens. Contudo, a situação se agrava para a Páscoa de 2025, uma vez que a amêndoa utilizada foi comprada quando o preço estava nas alturas.
A produção de ovos de chocolate também será menor, com uma estimativa de 45 milhões de unidades produzidas, o que representa uma queda de 22,4% em relação ao ano anterior. Isso ocorre em um momento de crise no setor, com o terceiro ano consecutivo de déficit na produção de cacau. A escassez global de cacau já atinge mais de 758 mil toneladas desde a safra 2021/2022, de acordo com a Organização Internacional do Cacau (ICCO).
O Brasil, que responde por cerca de 4% da produção global, também enfrenta dificuldades para atender à sua própria demanda. Em 2024, o país demandou 229 mil toneladas, mas colheu apenas 179 mil toneladas, uma queda de 18,5% em comparação com o ano anterior.
Esse aumento no preço do cacau já está refletido nas prateleiras, com uma alta de 16,53% no preço do chocolate em barra e bombons, e de 12,49% no chocolate em pó, segundo o IBGE.
Especialistas indicam que, apesar da crise atual, o Brasil tem condições de aumentar sua produção de cacau, dado o clima favorável e a possibilidade de expansão. Porém, uma recuperação efetiva do setor deve levar pelo menos seis anos, período necessário para que os cacaueiros recém-plantados possam produzir de maneira significativa.
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Com isso, a Páscoa de 2025 será marcada por preços mais altos e menos opções, deixando os consumidores com menos chocolate e mais preocupações com o impacto da crise no setor.
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