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Vinícius de Moraes: O Poeta

Ele completaria 101 anos no dia 19 de outubro de 2024

Escrito por Meon

17 DEZ 2024 - 14H07

Reprodução

No dia 19 de outubro de 2024, completou 101 anos do nascimento de Vinícius de Moraes, um dos mais célebres poetas da língua portuguesa, que com seus versos apaixonados e litorâneos mudou o eixo da poesia brasileira, trazendo seu amor pela vida boêmia, e pela cidade do Rio de Janeiro na alma de sua literatura.

Era um dia de primavera de 1913, quando veio ao mundo no bairro do jardim botânico, no rio de janeiro, Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes. Vinicius mesmo, só aos 8 anos de idade sua família retificou para Vinícius, que virou um sinônimo de carioca da “gema”.

Filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, jornalista, e da pianista amadora Lydia Cruz de Moraes. Vinícius nasce em uma família de vários irmãos e, ao longo da infância e adolescência, muda-se de lar várias vezes, vindo a morar entre o lar dos avós, em Botafogo, e o dos pais, na Ilha do Governador. Vinícius realiza seu ensino médio no Colégio Santo Inácio, onde seus dons musicais e poéticos afloram, enquanto o poeta realiza suas primeiras parecerias com os irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, compondo as primeiras canções.

Ao completar 17 anos, Vinícius ingressa na Faculdade de Direito na Rua do Catete, onde participa de um rico mundo intelectual, que fomentaria a publicação de seus primeiros poemas. Em 1932, publica seu primeiro texto, “A Transfiguração da Montanha”, poema que marcaria a fase conservadora do poeta, na qual chegou a integrar reuniões do partido integralista- a versão brasileira do fascismo-, vindo a publicar seu “Soneto a Katherine Mainsfield” na revista integralista “Anauê”. O poeta vem a mudar radicalmente seu posicionamento político, nas décadas seguintes, abraçando a ideologia comunista.

Neste mesmo ano, os irmãos Tapajós gravam as canções que há quatro anos haviam composto com Vinícius. Formando-se, o poeta publicaria seu primeiro livro “O Caminho para a Distância”, em 1933, seguido por “Forma e exegese”, em 1935, que é aclamado pela crítica, impulsionando a carreira poética de Vinícius.

Em 1938, recebe uma bolsa do conselho de educação para estudar na Universidade de Oxford, onde aprofunda seus estudos em poesia, especialmente nos sonetos de Shakespeare.Nos anos seguintes, retornando ao Brasil, o poeta torna-se diplomata e aprofunda sua produção artística.

Já nos anos 1940, ele foi redator do jornal “A Manhã”, ligado ao Estado Novo, e dirigido pelo poeta e jornalista, membro da Academia Brasileira de Letras, o joseense Cassiano Ricardo. Neste período, é dito que o poeta quase foi demitido de seu emprego no Jornal, por faltar o trabalho para frequentar o cinema. Porém, Cassiano Ricardo abre a primeira coluna de cinema do Brasil, realocando Vinícius e impedindo sua demissão

Em 1954, Vinícius de Moraes inicia uma das mais emblemáticas parcerias da música brasileira, ao lado do jovem Antônio Carlos Jobim, a fim de produzir sua peça Orfeu da Conceição. Desta parceria com Tom Jobim, canções como “Garota de Ipanema” emergiriam dentre outros sucessos musicais.

Neste período, ao lado de Tom Jobim e João Gilberto, o poeta consolida-se como um dos fundadores do movimento musical da Bossa-Nova, compondo diversas canções e realizando shows, que lhe renderiam fama internacional.

Em 1969, no ano seguinte ao decreto do ato institucional número 5 da ditadura civil-militar brasileira, por ordem do presidente Arthur Costa e Silva, Vinícius é exonerado de seu cargo como diplomata, ocasião na qual teria chorado copiosamente, ao receber o anúncio de sua exoneração.

No ano de 1970, é inaugurada a parceria de Vinícius de Moraes com Toquinho, célebre por suas canções, as quais renderiam ao poeta uma nova temporada de shows ao lado de Toquinho e outros nomes da música brasileira, como Clara Nunes. Esta fase do poeta é marcada pela intensa produção musical e de poemas infantis.

Em 1978, passa a viver com sua última esposa, das nove esposas que teve. Ao dia 9 de julho de 1980, tendo sofrido um derrame no ano anterior, morre Vinícius de Moraes, aos 66 anos, em sua casa na Gávea, deixando uma viúva e cinco filhos, uma obra poética de 14 livros, 599 canções e seu legado poético para ser preservado.

Miguel Ângelo - Instituto Alpha Lumen


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