O Autismo é um transtorno diagnosticado pelo Leo Kanner, um psiquiatra americano e Hans Asperger, um pediatra austríaco.
Descoberta e primeiras observações: O termo “Autismo” foi criado pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler em 1911, para descrever um tipo de comportamento associado à esquizofrenia, onde o indivíduo se retira do mundo exterior. Na década de 1940, Leo Kanner, um psiquiatra americano, e Hans Asperger um pediatra austríaco, independentemente, descreveram casos de crianças com características semelhantes, como dificuldades na interação social, padrões de comportamento repetitivos e interesses restritos. Kanner usou o termo “autismo infantil precoce”, enquanto Asperger falou sobre “psicopatia autista”. Suas observações foram fundamentais para lançar as bases para o que hoje chamamos de transtorno do Espectro Autista (TEA).
Evolução do conceito de Autismo: Nas décadas seguintes, houve um aprofundamento na compreensão do autismo como uma condição distinta, separada da esquizofrenia.
Também houve uma expansão do conceito para incluir uma ampla gama de comportamentos e características, levando o reconhecimento do Espectro Autista. O DMS, publicado pela associação Americana da psiquiatria, é uma das principais referências para diagnóstico de condições mentais. A inclusão do autismo e sua evolução dentro do DSM-III, em 1980, introduziu o diagnóstico de “transtorno autista infantil” como uma categoria separada. A partir dos anos 1990 e 2000, houve o movimento crescente liberado por pessoas autistas e suas famílias em prol da aceitação, compreensão e direitos dos indivíduos no espectro autista.
Paralelamente, houve avanços significativos na pesquisa sobre autismo, abrangendo desde estudos genéticos até intervenções comportamentais e terapias. Embora tenhamos feito muito progresso na compreensão e no apoio ao autismo, ainda enfrentamos desafios significativos, incluindo o acesso a serviços de qualidade, a redução do estigma e a promoção da inclusão em todos os aspectos da sociedade.
Você sabe o que significa a fita da conscientização do autismo?
Em 1999 foi criado o símbolo do autismo que conhecemos até os dias de hoje: uma fita formada por peças de quebra-cabeça coloridas. O objetivo desta figura era conscientizar sobre o TEA.
O símbolo também é popular para demonstrar apoios à causa e informar a população sobre os direitos de quem está no espectro. Por esse motivo, é comum que você encontre esse símbolo em placas de filas preferenciais em farmácias esupermercados, por exemplo.
Quebra-cabeça: um símbolo refutado pela comunidade autista
Criado em 1963 pelo Austin Society e popularizado pelo Austin Speaks, o quebra-cabeça é o mais antigo símbolo do autismo. No entanto, ele não é bem aceito pelos autistas. Isso porque um de seus significados é justamente a dificuldade de compreender pessoas no espectro autismo.
Para quem está no espectro, essa interpretação traz mais prejuízos a causa do que ajuda no entendimento do autismo.
Entrevista com a Dra. Deise
1. O que é Autismo?
O TEA (Transtorno do Espectro Autista) é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, interação social e comportamento. É caracterizado por padrões repetitivos de comportamento, interesses restritos e dificuldades na comunicação verbal e não verbal. O espectro autista abrange uma ampla gama de sintomas e níveis de gravidade, sendo considerado um transtorno complexo e heterogêneo.
2. Quais os exames que detectam o Autismo no ser Humano?
Não há um único exame que possa diagnosticar o autismo. O diagnóstico é geralmente feito com base na observação clínica e avaliação do desenvolvimento da criança por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir pediatras, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.
3. Quais especialistas devemos procurar para o tratamento do Autismo?
O tratamento do autismo geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, com a participação de diferentes especialistas, como psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e educadores especializados. Cada criança é única, portanto, o plano de tratamento deve ser individualizado, focando nas necessidades específicas do indivíduo e na maximização de seu potencial de desenvolvimento. Somente parte dos autistas necessitam do uso de alguma medicação.
4. Conforme os estudos existe 04 tipos de Autismo, qual a diferença entre eles?
A classificação de graus de autismo não é mais utilizada atualmente; ao invés de classificar por graus, é feita uma avaliação detalhada da intensidade dos sintomas em cada área afetada, resultando em um perfil individual de habilidades e necessidades.
O DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) é uma das principais ferramentas utilizadas por profissionais de saúde mental para diagnosticar e classificar transtornos, assim como o autismo.
De acordo com o DSM-5, os níveis do autismo são classificados com base no nível de suporte necessário. São eles: nível 1 (autismo leve), nível 2 (autismo moderado) e nível 3 (autismo severo).
Ou seja, o autismo varia em níveis, e não tipos ou graus.
5. Como devemos lidar com uma pessoa/criança com Autismo?
Lidar com uma pessoa ou criança com autismo requer compreensão, empatia e paciência. É importante reconhecer e respeitar suas necessidades individuais, adaptando estratégias de comunicação e interação social de acordo com suas preferências e habilidades. Estabelecer rotinas consistentes, fornecer apoio emocional e oferecer atividades sensoriais podem ajudar a promover o bem-estar e o desenvolvimento da pessoa com autismo.
6. Na sua visão como Pediatra, porque hoje temos tantos casos de Autismo?
Aumento na conscientização e melhoria nos métodos de diagnóstico podem contribuir para o aumento aparente nos casos de autismo. Além disso, fatores genéticos, ambientais e epigenéticos podem desempenhar um papel na incidência do autismo. Embora não haja uma causa única conhecida, o aumento na detecção precoce e na compreensão do transtorno tem levado a um maior número de diagnósticos, refletindo uma maior sensibilização e aceitação do espectro autista na sociedade.
Dra Deise C de Medeiros Queiroz
CRM 139209/ RQE 130965
Pediatria Integrativa
@dradeisemedeiros.ped
Com supervisão de Isabela Sardinha, jornalista do Meon Jovem.
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