Se você acessa diariamente as redes sociais, provavelmente você já postou que se define, ou ao menos viu, sem entender, alguns usuários se definindo com siglas como INFP, ENFJ ou outras abreviações formadas por apenas quatro letras. Essa prática significa publicar o resultado de um teste virtual de personalidade chamado 16 personalities ou MBTI – que após tornar-se viralizado, recebe aproximadamente 2 milhões de acessos anuais. O questionário pode atuar como uma forma descontraída de autoconhecimento, mas o que existe por trás dessa metodologia?
O teste MTBI foi criado durante a 2ª Guerra Mundial, baseado teoricamente no livro Tipos Psicológicos, escrito, em 1921, por Carl Jung. Suas criadoras foram duas professoras: Isabel Briggs Myers, e sua filha, Katharine Briggs. Elas visavam com o teste auxiliar às mulheres a decidirem qual função praticar nas indústrias, além de promover a paz mundial, demonstrando a importância de se respeitar diferenças individuais.
Para obter o resultado e saber com qual perfil você é mais semelhante, é necessário responder a um questionário gratuito de 60 questões, Nele são apresentadas suposições sobre você. As respostas indicam o quanto concorda com a afirmação apresentada, sendo elas em três níveis para concordo ou discordo. Assim, de acordo com a probabilidade de você apresentar as atitudes e escolhas demonstradas nas questões, o teste identifica aspectos da personalidade e os divide em quatro categorias:
- Introvertido(I) ou Extrovertido(E): seu nível de tendência e facilidade em socializar;
- Sensoriais(S) ou Intuitivos(N): sua percepção de mundo e maneira de reagir a ela;
- Racionalista(T) ou Emocional(F): sua forma de avaliar situações e tomar decisões;
- Julgador(J) ou Perceptivo(P): seu estilo de vida e relação com suas escolhas.
Dessa forma, o questionário produz um resultado proveniente desses quatro critérios, sendo cada combinação possível um tipo de personalidade diferente, como Ativista (ENFP) e Defensor( ISFJ). Assim, o teste auxilia o indivíduo a se autoconhecer e a refletir sobre características que nunca pensara antes. Mas é possível dizer que a metodologia MBTI é eficiente o suficiente para nos definir?
Segundo o site Psychology Today, para alguns psicólogos a credibilidade de testes virtuais de personalidade é questionável. Essa opinião é decorrente da imutabilidade dos resultados dos questionários, que desconsideram as influências socioculturais refletidas nas respostas apresentadas pelo indivíduos, pressupondo que as características pessoais tratam-se de um aspecto inalterável. Entretanto, traços da personalidade podem ser instáveis e variar conforme as pessoas, local e funções com as quais o indivíduo convive, sendo adaptada às circunstâncias atuais em que ele está sendo analisado. Logo, após fazer o teste mais vezes, talvez você realize outros julgamentos a respeito das questões, e por isso, obtenha resultados diferentes.
Além disso, a metodologia MBTI é teoricamente baseada em uma padronização das pessoas, alegando existir apenas 16 tipos de personalidade. Entretanto, não é possível encaixar características individuais das pessoas em padrões fixos, visto que a individualidade de cada pessoa é propícia a oscilar em inúmeros aspectos, que se adaptam de acordo com a condição em que a pessoa vive, tornando a personalidade um assunto de grande complexidade para ser analisado e, que exige mais evidências do que um questionário demonstra, para ser totalmente compreendido. Assim, o teste pode ser uma ferramenta simplista e ineficiente para analisar uma individualidade inteira, se for o único objeto de estudo utilizado.
No entanto, ainda há indícios de que pode ajudar na busca do autoconhecimento. O embasamento das criadoras no livro de Carl Jung pode ser uma evidência de credibilidade, uma vez que o psicólogo é considerado "pai da psicologia analítica" por dedicar anos de trabalho em estudar personalidade e desenvolver conceitos como personalidade introvertida e extrovertida, arquétipo e inconsciente coletivo. Portanto, é possível afirmar que a metodologia MBTI foi inspirado em teorias e concepções utilizadas pela psicologia até hoje, e assim, não precisa ser descartada no processo de conhecimento de si próprio.
Por isso, é evidente que apesar das controvérsias existentes por trás do teste MBTI, ele pode sim auxiliar em te ajudar a se conhecer melhor. Todavia, é necessário que ele seja interpretado como apenas uma ferramenta dentre todas existentes para alcançar esse objetivo, e reconhecer a importância de se procurar outros métodos de autoconhecimento.
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