Em reunião realizada no dia 25 de outubro, na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), o bloco discutiu à reforma do Conselho de Segurança, com países em busca de uma estrutura mais inclusiva e equilibrada no cenário mundial. Durante o evento, Rússia fez uma declaração polêmica: o país afirmou que “alguns países podem não ter a capacidade e disposição” para se tornarem membros permanentes do Conselho, posição atualmente reservada a um grupo restrito.
O comentário russo levanta questões sobre o poder hegemônico dos atuais membros permanentes, Estados Unidos, Reino Unido, França, China e a própria Rússia, cujas posições têm sido frequentemente vistas como pilares de uma estrutura imperialista no sistema global, que como apontado pela Suíça; é um problema que perdura desde a segunda guerra mundial. Essas nações detêm o direito de veto, o que limita a eficácia das ações do Conselho, especialmente quando seus interesses nacionais são afetados, o que transformou sua legitimidade em discussão de destaque. Assim, o sistema é transformado em um aparato político, que sob os outros países membros, concede uma vantagem injusta, que serve apenas para manter quem está bem, melhor.
Em contradição à fala russa, representantes de países como Serra Leoa e Taiwan, participantes do evento, podem ser citados como exemplos de como as nações que, mesmo sem visibilidade ou poder de voto, seguiram demonstrando interesse e comprometimento com a manutenção da paz e segurança internacionais, até ganharem destaque. Serra Leoa, por exemplo, participou ativamente em discussões sobre a representatividade da África, e Taiwan, embora ainda não reconhecido formalmente pela ONU, tem ganhado crescente apoio internacional por suas contribuições em gestão de crises, e posicionamentos que buscam representar países sub representados, principalmente dos continentes: África, Ásia e América do Sul.
A fala russa trouxe à tona o dilema sobre a reforma, em um contexto onde o Conselho é frequentemente criticado por sua composição limitada e seu viés imperialista. Diversos países argumentam que a inclusão de novos membros permanentes, especialmente de regiões menos representadas, contribuiria para uma ONU mais democrática e preparada para resolver os impasses globais.
O debate sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU parece longe de ser resolvido, mas a declaração russa serviu como um lembrete da resistência que muitos ainda enfrentam para desafiar a hegemonia das potências estabelecidas. As falas indicam uma tentativa de manutenção do próprio status. Assim, como a reunião ainda não teve seu desfecho, não se sabe se o prospecto final será de todo negativo, ainda havendo espaço para capacitados e interessados mudarem o futuro.
EXPEDIENTE: Douglas Laurini Latgé | Audiovisual: Anna Pompeia - Instituto Aplha Lumen
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