Na Trilogia ‘’Tons de Magia’’, vemos um universo curioso, no qual a magia e o poder podem ser aliados ou inimigos. Além disso, existem quatro Londres, que são interligadas pela magia: A Vermelha, onde a magia é venerada e controlada e também onde é o lar de Kell, o protagonista; a Branca, em que a magia é volátil e drena a cidade até os ossos; a Cinza, que se assemelha com nosso mundo, onde o poder é uma lenda; e, por fim, a Londres Negra, um local que é temido e esquecido, por sua magia ser incontrolável.
‘’Cinza para a cidade sem magia. Vermelho para o império vigoroso. Branco para o mundo faminto.’’
Ao longo dessa história, acompanhamos a vida de Kell Maresh, um mago de sangue, mais conhecido por Antari e oficialmente embaixador do Império Maresh, já que ele é o único capaz de viajar entre as Londres. Porém, extraoficialmente, o personagem é um contrabandista de artefatos considerados inofensivos nos demais mundos, e é esse comportamento que gera o desenrolar da trama.
Outra personagem importante é Lila Bard, uma ladra da Londres Branca que tem seu caminho entrelaçado com o de Kell, ao roubar um artefato perigoso do mago. Sua personalidade é forte, uma característica dos personagens da autora. Em um primeiro momento, é uma personagem difícil de entender e ter empatia, porém, ao longo da trama, vemos o amadurecimento e seu ponto de vista de uma maneira extraordinária.
"Lila. Um nome doce, porém, pronunciado como uma faca, cortado na primeira sílaba, a segunda um mero sussurro de metal pelo ar."
O relacionamento entre os dois possui um bom desenvolvimento, pois, mesmo com suas personalidades fortes, eles são uma boa dupla. Além disso, eles não são os únicos a serem um casal, já que Rhy, o príncipe herdeiro, possui um romance marcante na obra com Alucard. Foi extremamente fácil torcer pelo casal e se apaixonar por sua história romântica.
‘’Amor e perda - disse ele - são como um navio e o mar. Eles se erguem juntos. Quanto mais amamos, mais temos a perder. Mas a única maneira de evitar a perda é evitar o amor. E como um mundo assim seria triste.’’
Porém, o verdadeiro relacionamento que se sobrepõe no livro é o de Kell e Rhy, já que os dois possuem uma irmandade e, por mais que Kell seja mensageiro do Império, ele ainda é o irmão de Rhy. Os dois sacrificariam qualquer coisa pelo outro, e suas interações são carregadas de emoção, ora positivas, ora negativas.
“Eu te amo, Kell, mas não tinha interesse em combinar tatuagens.”
Acima de qualquer coisa, os vilões nos fazem querer entrar no livro para proteger nossos queridinhos, e seus anti-heróis garantem o nosso choro a cada vez que sua história é revelada, nos deixando apenas com a vontade de ir lá e abraçá-los.
A escrita da autora é envolvente e criativa, com palavras de uma língua que ela mesma criou, e, por mais que suas descrições, principalmente no primeiro livro, sejam cansativas, vale a pena. V. E. Schwab sabe como construir personagens que se assemelham a nós, com inseguranças, sonhos e defeitos, mesmo com a fantasia tão presente.
Por fim, a Trilogia é realmente marcante, com uma mistura de sentimentos, em que a saudade é o principal deles, a qual se sente ao fechar o último livro e se despedir de um universo mágico, envolvente e rico em personagens que marcam nossos corações por serem inspiradores e humanos. Realmente vale a pena ler esses livros repletos de representatividade, aventuras, piratas, magos, e, claro, Londres.
‘’Para aqueles que sonham com mundo desconhecidos’’
Com supervisão de Yeda Vasconcelos, jornalista do Meon Jovem.
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