Por Maria Fernanda do Prado Santos Em Alunos Atualizada em 26 AGO 2020 - 10H36

Os versos de uma poetisa solitária

A escrita é um refugio, aquela que estendeu as mãos e me tirou de minha própria melancolia

Vivendo num mundo caótico, decidi levar meus poemas para todos. Um meio de compartilhar com as pessoas aquilo que preenche todo meu ser! A escrita é um refugio, aquela que estendeu as mãos e me tirou de minha própria melancolia.

Desde muito pequena sempre me interessei pela literatura, pela magia que um simples verso podia proporcionar ou a euforia de estar presente na cabeça do personagem, sentir suas emoções e poder chorar ao fim de mais um capítulo.

Mas foi apenas em 2017, ao sair da depressão, que compreendi minha vocação. Notei que não eram os remédios fazendo efeito ou as mensagens de autoajuda, era a filosofia de estar me tornando poeta!

Portanto, comecei a escrever meus próprios poemas, me juntando numa trindade de "versos, estrofes e palavras". Desenvolvi a capacidade de florescer como uma flor, pois notei que todo ser humano tem dentro de si o talento de progredir e evoluir fisicamente, emocionalmente e psicologicamente. Que a arte é a representação da expressão humana, ela é a linguagem da alma.

Por isso, em homenagem a todos os escritores que já passaram pelo pior lado da vida, que viveram dias intermináveis e que por um momento acharam que não haveria mais esperança, aqui vai o conforto, a paz e a salvação que a poesia nos dá.

Que ela lhe cure, como um dia me curou e que coloque em sua alma sabedoria, e como fogo queime todas as suas hipocrisias, jogando fora nosso preconceito conjugal de olhar o mundo.

A seguir selecionei dois de meus maiores feitos, aqueles que não são apenas frutos de minha inteligência, como também o desabafo silencioso da alma.

Árvore da vida

A vida esvai-se a cada segundo, o tempo percorre o submundo, a dor se torna um ser moribundo. Não sei se sou só eu ou se é todo mundo, mas parece que hoje o dia amanheceu diferente, e que mais uma árvore acabará de nascer.

Essa por sua vez é como a vida, que observa a multidão como um lobo observa um rebanho de ovelhas. É como uma peça de teatro, e vamos pisando ao palco, a rir de alegria, ou a gritar de cólera. É como um sonho, em que escrevemos e falamos como sonâmbulos.

No fim das contas, há apenas quatro coisas que formam o conteúdo desta árvore: ideias, relações humanas, acontecimentos e pessoas. Há ideias curiosas, acontecimentos interessantes, reações humanas fascinantes e pessoas que empolgam.

O interesse inquisidor por tudo isso é o centro e a fonte da nossa árvore e de todas as outras que ainda estão por nascer. Nesta árvore não veremos bons frutos ou folhas reluzentes da primeira semana da primavera. Suas raízes serão tão profundas como o fundo do oceano e tão benevolente como a primeira sinfonia de Beethoven.

Cresça medíocre árvore, mostre-me sua ingenuidade, e que nas suas simples folhas eu perceba o quão insignificante sou perto da vida.

Nas camadas desde tronco há frente e costas, interior e exterior. Um lado pode estar dando para o sol e ser brilhante, enquanto o outro lado é escuro. A verdade é que nunca houve poeta que ficou famoso por escrever sobre troncos

Nós, os ancestrais, plantamos a árvore. Vocês, nossos descendentes, gozaram de sua sombra. Porém, de uma árvore uns frutos são doces e outros azedos e deverás lidar com isto.

Como alegria e cólera, tristeza e felicidade, angústias e pesares, indecisão e temores, vêm-nos alternadamente, de modos sempre mutáveis, como musgo da umidade.

Que está árvore seja como a jovem, a mãe e a anciã! Que ela esteja aqui e ouça nosso chamado através dos mundos, porque plantei sementes e colhi vidas!

O Poço

Será mesmo que um espelho reflete tão bem quem somos? E se no lugar dele fosse um poço? Um que seja tão profundo como a tua alma e tão transparente como tuas emoções? Que possa despir vossa imagem e ao estar nu, revelar quem de fato és.

Você ainda teria o rosto de hoje? Assim sereno, assim angustiante, assim sem cor! Com olhos que outrora brilhou.

Você ainda teria essas mãos cheias de força? Tão geladas, cansadas, mortas! Com lábios cheios de medos.

Você ainda teria este coração? Tão ganancioso, orgulhoso, generoso! Com pecados que assombram, atormentam e machucam.

Você que ainda assim se perdeu. Era tão simples, fácil, certeiro. Por que não tirou os joelhos do chão?

- Oh querido, em qual poço você se rendeu?

Com supervisão de Nicole Almeida. 

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Escrito por
Maria Fernanda Do Prado Santos  (Arquivo Pessoal )
Maria Fernanda do Prado Santos

Aluna do 3° ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professor Waldemar Salgado, em Santa Branca

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