Gordon Alexander Roger Buchanan Parks nasceu em uma cidade no interior do Kansas em 30 de novembro de 1912. Na infância, estudou em uma escola segregada e pôde, então, por ser negro, visualizar as mazelas da comunidade negra nos Estados Unidos, que passava pelo regime do apartheid.
Sua paixão pela fotografia começou quando, em 1925, comprou sua primeira câmera fotográfica, após ver fotos de trabalhadores imigrantes em uma revista. Foi chamando atenção, aos poucos, por conta de seu olhar aguçado sobre os problemas sociais.
Seu trabalho retratando a vida dos negros chamou a atenção de Roy Stryker, responsável pela FSA, agência americana que visava reduzir a pobreza no campo. Foi nessa época que tirou uma de suas mais importantes fotografias:
A obra recebeu o nome de “American Gothic” e faz referência à tela do pintor americano Grant Wood, na qual o artista representou dois camponeses brancos. Na fotografia de Parks, a mulher negra, posicionada atrás dos utensílios domésticos, é colocada em segundo plano, numa clara denúncia à situação da comunidade negra, vítima do racismo intrínseco à sociedade estadunidense.
Em 1950, Parks foi contratado pela revista Life, na qual fez reportagens retratando o cotidiano negro numa época marcada por inúmeros embates raciais, antes da criação da Lei dos Direitos Civis em 1960. A coleção “História de Segregação”, publicada na edição de 1956 da Life, mostra uma família negra do Alabama, os Thornton, e suas experiências de vida no país segregado:
O protagonismo de Gordon Parks como fotógrafo na crítica ao segregacionismo impulsionou seu trabalho no cinema. Escreveu e dirigiu o filme de sua autobiografia “The Learning Tree”, tornando-se o primeiro diretor negro de cinema e fomentando o movimento blaxploitation, que valoriza a representatividade dos afrodescendentes na indústria cultural.
As injustiças sociais, sejam elas de cunho racial ou não, moveram o trabalho de Parks e tornaram suas obras atemporais, todas representando, acima de tudo, o caráter humanitário do fotógrafo.
Com supervisão de Giovana Colela, jornalista do Meon Jovem.
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