Meon Jovem

A Relação de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista em Eventos Climáticos Extremos

TEA tem subcategorias

Escrito por Meon

03 FEV 2025 - 15H50 (Atualizada em 03 FEV 2025 - 16H01)

Reprodução

A ciência passou a relacionar os eventos climáticos extremos com pessoas com transtorno do espectro autista. A descoberta liga diretamente o aquecimento global de interferência humana e as comunidades vulneráveis.

Segundo a American Psychiatric Association (APA), O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um conjunto de desordens do neurodesenvolvimento, de causa orgânica, caracterizado por dificuldades sociocomunicativas, comportamentos estereotipados e também interesses restritos quando é acionado o hiperfoco.

No transtorno do espectro autista tem subcategorias. No nível um, o indivíduo exige apoio; no nível dois, exige apoio substancial; e no nível três exige muito apoio substancial. Avaliando a taxa de 1% pode-se estimar, que entre 1 a 2 milhões de brasileiros preencham critério para o espectro autista, sendo de 400 a 600 mil com menos de 20 anos, e entre 120 e 200 mil menores de cinco anos (IBGE, 2000).

As ondas de calor, as secas, chuvas e alagamentos, os furacões entre outros eventos climáticos tem ocorrido com mais frequência e maior intensidade. Esses eventos colocam comunidades vulneráveis em situação de risco, principalmente pessoas com TEA.

Levando em conta que pessoas com TEA possuem características especificas e necessidades sensoriais, auditivas, comunicativas, entre outros, se faz necessário investigar como o grupo é impactado por esses desastres ambientais e como podemos auxiliá-las com suas necessidades nessas situações, segundo a doutora Patrícia Rodrigues Gomes da Fonseca, especialista na área de educação com pessoas com TEA.

Alguns dos desafios enfrentados por essa população diante de situações de estresse térmico, sobrecarga sensorial e mudanças abruptas de rotina. Estudos indicam que pessoas com TEA frequentemente apresentam maior sensibilidade a variações ambientais, como temperatura extrema, ruídos intensos e movimentação de pessoas, características comuns em cenários de desastres naturais.

Entrevistamos especialistas e cuidadores, familiares e pessoas com Transtorno do Espectro Autista e os seguintes dados foram coletados: 75% dos participantes já vivenciaram eventos climáticos extremos. Dentre os respondentes, 50% relataram ter enfrentado tempestades de calor, enquanto 50% enfrentaram enchentes. Ademais, 100% dos indivíduos já experimentaram ondas de calor e 75% relataram ter vivenciado ondas de frio.

Todas as pessoas entrevistadas sofreram mudanças bruscas em suas rotinas, com 50% expressando alto nível de incômodo em relação a essas alterações. Outros 25% se sentiram pouco incomodados, e 25% afirmaram não se sentir incomodados. Em relação ao desconforto térmico, 75% dos indivíduos relataram se sentir muito desconfortáveis em climas quentes, enquanto 25% expressaram desconforto leve. Nos dias de frio intenso, 25% relataram desconforto elevado, 25% moderado e 25% afirmaram não se sentir desconfortáveis.

Uma entrevista com a Doutora Patrícia corroborou esses achados. Ela relatou um caso em que um indivíduo com TEA apresentou surtos devido a uma mudança repentina no clima, culminando em desorganização comportamental, heteroagressão e autoagressão, incluindo tentativas de fuga e gritos.

Esse é o novo aspecto sobre a crise climática que ainda não havia sido abordado pela área médico científico. segundo a doutora, essa é apenas parte das influências do clima alterado sobre as pessoas com TEA.

Gabriella Lourenço e Felipe Idesti

 1° ano EM do Alpha Lumen

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