São José dos Campos é oficialmente a primeira smart city do Brasil. Localizado a 100 km de São Paulo, o município recebeu o certificado de cidade inteligente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Dessa forma, passa a fazer parte de um seleto grupo de outras 79 cidades pelo mundo. Isso porque a certificação da ABNT é baseada em três normas internacionais regulamentadas pelo World Council on City Data, ligado à Organização das Nações Unidas (ONU).
Para concessão do título de smart city brasileira, a cidade passou por um processo de análise de 276 indicadores, de acordo com as três normas ISO designadas para esta finalidade: NBR ISO 37120, NBR ISO 37122 e NBR ISO 37123 – cada uma delas com ênfase em tópicos essenciais para o bom funcionamento de um município. A norma ISO 37120 refere-se à qualidade de vida e sustentabilidade; a ISO 37122, à tecnologia; e a ISO 37123, à capacidade de prevenção e ação diante de desastres naturais e à economia da cidade, chamado de resiliência.
Os destaques da smart city brasileira São José dos Campos foram os investimentos em áreas da gestão pública como saúde, educação, mobilidade urbana e segurança pública, com destaque para o uso de tecnologias aplicadas. Uma das iniciativas usa a Internet das Coisas (da sigla em inglês IoT – Internet of Things) em vagas de estacionamento para informar aos motoristas onde há concentração de áreas com espaço para estacionar nas ruas. Há também na cidade iniciativas como o Centro de Segurança e Inteligência (CSI) – um sistema de monitoramento inteligente ligado a câmeras conectadas em toda a cidade.
No campo da mobilidade, São José dos Campos criou um corredor de transporte público servido por veículos elétricos, além de ciclovias e áreas verdes para estimular a mobilidade sem carros. A cidade ainda vai construir uma usina solar fotovoltaica para suprir cerca de 30% da energia demandada por prédios públicos.
A escassez de dados comparáveis em cada município torna complicada a adoção de normas ou até mesmo o monitoramento do avanço dos indicadores rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. No entanto, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Normas Técnicas, Mario William Esper, a partir da certificação, gestores públicos terão acesso a dados padronizados e auditados por organismo independente, que serão utilizados para orientar decisões de gestão e planejamento.
O processo de certificação Smart city do Brasil pode ajudar também as cidades a atrair investimentos e impulsionar o desenvolvimento econômico com dados comparativos globais, medir o desenvolvimento urbano sustentável, informar os investimentos em infraestrutura com resultados mensuráveis, medir a gestão de desempenho de serviços urbanos e qualidade de vida ao longo do tempo, facilitando a troca de informações e projetos.
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