Editorial: Vermelho. Laranja. Vermelho
O governador João Doria passou por cima do Plano São Paulo e regrediu a RMVale para a vermelha, a etapa mais rigorosa de restrição de mobilidade urbana e serviços não essenciais do compêndio de ações em exercício para o combate ao novo coronavírus. A decisão do Governo do Estado pune os municípios que estão fazendo o dever de casa no combate à pandemia e coloca todos no mesmo patamar.
Felicio Ramuth, que estava representando São José dos Campos na Índia para o lançamento do satélite Amazônia-1, o primeiro de desenvolvido totalmente no país, em seu retorno, levou a decisão do governador à Justiça, obtendo êxito e garantindo a manutenção do município na laranja. Outros prefeitos se movimentaram apresentando dados ao judiciário e Aparecida também permaneceu, após análise documental, na etapa um pouco menos restritiva do plano.
A vermelha só permite funcionamento normal de serviços essenciais como indústrias, escolas, bancos, lotéricas, serviços de saúde e de segurança públicos e privados, construção civil, farmácias, mercados, padarias, lojas de conveniência, feiras livres, bancas de jornal, postos de combustíveis, lavanderias, hotelaria e transporte público ou por aplicativo. Felicio chegou a sugerir um rodízio de atividades comerciais para evolução do Plano SP, mas nada, absolutamente nada, parece reverberar no Palácio dos Bandeirantes além dos desígnios do governador pré-candidato a presidente.
Assim como retirou a possibilidade de uma ação integrada pelo Governo Federal, a mais alta corte do país, agora ocupada em liberar o ex-presidente Lula para a sucessão presidencial, acatou a decisão do Governo de São Paulo e levou novamente a maior cidade da RMVale, que, repito, tem feito o dever de casa no combate à pandemia, à vermelha.
Nada justifica a irresponsabilidade de políticos que visam pleitos eleitorais ao invés de ações necessárias para o combate a pandemia, estamos sofrendo desde o início pelo devaneio de ministros presidenciáveis, governador presidenciável e até expoentes de outros segmentos relacionados à saúde que veem na pandemia, o pior é que assim enxergam, uma plataforma para saltos individuais. A sociedade, que está sim sofrendo as 260.000 mortes, não pode deixar que o cativeiro social seja determinado de forma autoritária e desmedida.
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Por Redação, em Jornal
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