Ninguém duvida de que a Copa do Mundo é o principal torneio de futebol do planeta. E justamente por isso, muita expectativa é depositada sobre os jogadores. No caso de craques consagrados, então, isso só aumenta. Alguns correspondem, como Lionel Messi vem fazendo com a Argentina, mas outros deixam a desejar.
Iniciando pelo único goleiro, que é também o único da lista com um título de Copa do Mundo no currículo, o veterano Manuel Neuer cometeu falhas e viu sua seleção ir embora ainda na primeira fase. Na derrota na estreia contra o Japão, não chegou a cometer falhas grosseiras, mas foram lances nos quais ficou a sensação de que Neuer evitaria os gols em seus melhores dias.
Na última rodada, diante da Costa Rica, tomou dois gols em lances nos quais falhou feio: primeiro, bateu roupa; depois, saiu muito mal do gol em lance de bola aérea. Aos 36 anos, não deve voltar a disputar o torneio. Talvez ainda seja o titular na próxima Euro, na qual seu país será anfitrião, mas Marc-André ter Stegen, seis anos mais novo, pede passagem na meta alemã.
No mesmo dia em que Manuel Neuer e sua seleção foram embora mais cedo, o meio-campista belga Kevin De Bruyne passou pela mesma situação. A Bélgica, que nos últimos anos vinha sempre sendo bastante elogiada, foi eliminada na fase de grupos, surpreendendo até muitos que apostavam na seleção belga para aposta gratis. Dentre muitos problemas do time comandado por Roberto Martínez, destaca-se o fato de seu principal jogador ter atuações totalmente discretas.
O meia do Manchester City costuma dar show cada vez que entra pelo clube inglês, com gols, assistências, belos passes e lançamentos. Para ser justo, ele fez uma boa Copa no Brasil em 2014. Em 2018, quando os belgas alcançaram um histórico 3° lugar, foi ainda melhor, inclusive fazendo um gol contra o Brasil nas quartas. Porém, dessa vez ele pouquíssimo fez. Parecia até mesmo desinteressado, para falar bem a verdade. Com 31 anos, seu futuro na seleção é incerto.
É verdade que o atacante uruguaio já tem 35 anos. Mas quando há Messi e Modrić fazendo o que vêm fazendo com idades também avançadas, fica difícil defender Luisito. Assim como os dois anteriormente citados, o centroavante também foi eliminado na fase de grupos. Em três partidas, foi titular duas vezes e não fez nenhum gol.
Essa foi a primeira vez na qual ele não conseguiu marcar gols em um mundial. Na África do Sul em 2010, sua melhor Copa, foram três em seis jogos - além de duas assistências. Em 2014, a Copa na qual foi suspenso após a fatídica mordida em Chiellini, fez dois gols em dois gols. Em 2018, foram dois gols e uma assistência em solo russo. Campeão da Copa América de 2011, não deve retornar à Celeste.
Há quatro anos, o atacante inglês Harry Kane fez seis gols em seis partidas disputadas na Copa da Rússia. Foi uma excelente participação, ainda mais para um estreante. Com a régua lá em cima, muito se esperava dele em sua segunda Copa. Porém, dessa vez o badalado atacante do Tottenham ficou devendo.
Na fase de grupos, deu duas assistências na estreia contra o Irã. Voltou a assistir um companheiro na vitória contra Gales. Nas oitavas, marcou contra Senegal. Contra a França, converteu um dos dois pênaltis que cobrou. Não foi uma péssima participação, mas esperava-se mais de Kane. O pênalti perdido, que levaria a partida para a prorrogação, pesa muito. Diferente dos outros citados, deve ser convocado para a próxima Copa, na qual chegará com 32 anos.
Por fim, ele, um dos superastros do planeta. Aos 37 anos, Cristiano Ronaldo chegou ao Catar junto daquela que é considerada a melhor geração portuguesa de todos os tempos. Porém, isso não impediu que ele fracassasse no torneio mais uma vez. Se fez barulho e gerou repercussão nas últimas quatro semanas, foi de uma forma negativa.
Na estreia contra Gana, vinha tendo uma atuação péssima, mas conseguiu cavar um pênalti e converteu em uma ótima cobrança - o gol que fez com que ele se tornasse o primeiro homem a marcar em cinco Copas consecutivas. Contra Uruguai, passou discreto e tentou ‘roubar’ um gol de Bruno Fernandes, que brilhou naquela oportunidade. Contra a Coreia do Sul, buscando novos recordes, foi o único titular mantido do meio para frente, mas viveu sua tarde mais infeliz: perdeu uma chance clara e falhou no lance que gerou o gol de empate sul-coreano.
No mata-mata, os seus fãs que tinham muitas expectativas, tomaram um banho de água fria logo no início. Ele deixou o time titular e voltou a ser reserva em um jogo de Copa 16 anos depois. Sem ele, os lusitanos tiveram ótima atuação e golearam a Suíça por 6 a 1. Para piorar, Gonçalo Ramos, seu substituto naquele dia, fez três gols. Nas quartas, foi mantido no banco e viu de lá o Marrocos abrir o placar. Entrou na segunda etapa, mas não conseguiu fazer nada para evitar mais uma eliminação portuguesa. Segue carregando o fardo de nunca ter marcado em um mata-mata de Copa do Mundo.
Ninguém ousa desafiar o ‘Gajo’ e cravar que essa foi sua última Copa do Mundo. Mas é fato que ele terá 41 anos na Copa de 2026. Nomes jovens, como o de Rafael Leão, pedem passagem. Se ele voltar e disputar a próxima edição do torneio, deverá quebrar alguns recordes de longevidade. Por exemplo, se tornaria o primeiro a disputar seis edições na história - os mexicanos Guillermo Ochoa e Andrés Guardado também têm essa chance. Seu eterno rival Lionel Messi também poderia, mas faz questão de relembrar que a Copa do Catar é a última de sua carreira.
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