O desemprego no Brasil vive um momento de alta histórica. O índice de 14,7% é o maior desde 2012 e os números registrados em julho de 2021 mostram que mais 489 mil pessoas estão sem trabalho em relação ao levantamento anterior.
Enquanto isso, há um aumento nos registros de informalidade, com muitas pessoas trabalhando sem carteira assinada e vivendo de bicos. Com o desemprego aliado à grande inflação e à alta nos preços de alimentos, combustível, gás de cozinha e outros insumos básicos, a solução muitas vezes é recorrer a serviços temporários que possam ajudar a fechar as contas do mês. A situação é ainda pior em algumas minorias historicamente oprimidas, como as mulheres negras: a participação delas no mercado de trabalho caiu 9% no primeiro trimestre de 2021.
Mas há uma boa notícia: a internet oferece cada vez mais recursos para quem busca uma recolocação profissional. É possível usar várias maneiras para aprender novos ofícios e reciclar as habilidades.
A história do ensino à distância é intimamente ligada aos cursos profissionalizantes. No Brasil, os primeiros registros remetem a um curso de datilografia pelo correio lançado em 1904. A partir das décadas de 1940 e 1950, o Instituto Universal Brasileiro e a Universidade do Ar começaram a oferecer diversas opções de aprendizado de algumas profissões específicas.
Com a internet, as coisas foram diferentes. O início dos cursos à distância online se focou principalmente em algumas graduações menos técnicas, cheias de teoria e com a predominância do texto. Mas em tempos mais recentes, as evoluções tecnológicas permitiram que qualquer ofício pudesse ser aprendido pelo computador, celular ou qualquer outro dispositivo.
Representantes da plataforma de ensino à distância Meta Lecture destacam o papel da pandemia nessa evolução: novas técnicas foram desenvolvidas para manter as aulas de ensino fundamental e médio acontecendo em níveis satisfatórios, como melhores ferramentas de áudio, vídeo e comunicação com professores e soluções criativas para o estudo de matérias mais práticas. Elas chegaram também aos cursos profissionalizantes.
As plataformas de ensino à distância oferecem cursos de áreas como elétrica, hidráulica e reparos domésticos, além de outras profissões mais voltadas às artes como fotografia e desenho. Também ensinam habilidades relacionadas a serviços novos e requisitados na internet, como social media, marketing de conteúdo, programação e web design.
Assim, existem opções claras tanto para quem busca aprender uma nova profissão, seja ela mais manual ou mais intelectual, quanto para quem deseja evoluir seus conhecimentos na área atual para ter mais chances de voltar ao mercado de trabalho. Tudo, é claro, sem sair de casa, o que é ideal para desempregados por evitar custos extras com transporte e alimentação.
Em um tempo em que a pandemia de COVID-19 ainda não acabou e que há sérias dificuldades de deslocamento para uma parcela considerável da população, o ensino à distância aparece como a grande alternativa para quem precisa de melhor qualificação profissional. As vagas são escassas e ele tem o potencial de oferecer a habilidade extra que pode significar conseguir, enfim, ter a carteira assinada.
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