O Rio de Janeiro não continua sendo (o mesmo), dirá, porventura, quem cruzou ou cruzará suas ruas e avenidas nos próximos meses. Há motivos para a discordância poética. Desde que foi escolhido sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, viu mudar seus contornos, suas formas de locomoção e prioridades geográficas. Viu seu cotidiano se transformar no centro das atenções do mundo todo.
Nove anos depois e a exatos 45 dias da chegada da Tocha Olímpica ao Maracanã, palco da cerimônia de abertura (e de encerramento) da maior competição esportiva do mundo, a cidade ainda se esforça para fazer a experiência dos cerca de 1 milhão de turistas aguardados por lá ao longo do ano ir além das disputas em 28 modalidades.
Não por acaso, pela primeira vez em Jogos de Verão, a pira olímpica ficará acesa fora do estádio olímpico. Por aqui, sua casa será na Candelária, localizada entre a requalificada zona portuária e o centro, as duas regiões cariocas que mais sofreram modificações com a Operação Porto Maravilha - bem polêmica, diga-se de passagem.
É também nesta parte do Rio que ficará o principal Boulevard Olímpico da cidade, uma área de entretenimento aberta ao público, com cerca de 3 quilômetros de extensão e capacidade para 80 mil pessoas, no estilo das Fan Fests da Copa, em 2014. Além de transmitir as principais competições, terá atrações gratuitas, entre exposições, shows, bungee jumping e balão panorâmico. Com previsão de abertura em 5 de agosto, funcionará diariamente, das 9h à meia-noite - com mudanças em dias de maratona.
As tradicionais Casas Olímpicas serão mais um espaço para a folia dos torcedores. Apesar de muitos países ainda não terem confirmado os locais onde se instalarão e de alguns preferirem receber apenas suas delegações, outros, como México, Alemanha e Japão, já têm endereço certo para recepcionar qualquer um que estiver pelo Rio.
Mas seria contraditório a uma cidade com tantos cartões-postais não apostar neles justamente neste momento. Por isso, se a badalada zona sul ganhou mais atrativos, a zona norte tem aproveitado o fato de abrigar dois centros de disputa - Maracanã e Engenhão - e de ter Deodoro por perto para entrar de vez no roteiro turístico.
O Rio também tem redescoberto sua zona oeste, onde foi montado o Parque Olímpico, centro com o maior número de competições e onde os atletas ficarão hospedados durante a Olimpíada, de 5 a 21 de agosto, e a Paralimpíada, de 7 a 18 de setembro.
Parte dessa redescoberta se deve ao fato de que, com a implementação do BRT, um ônibus que transita por via exclusiva, chegar à região da Barra da Tijuca ficou menos custoso e demorado. A outra parte se deve ao que sempre existiu por lá. Para além de ser a "Miami brasileira", como dizem os próprios cariocas, reserva surpresas naturais e culturais que merecem mais de um dia de visita.
Foram muitas transformações - que devem seguir até os Jogos e, provavelmente depois deles. Na sexta-feira, por exemplo, a cidade-sede declarou calamidade pública para ter acesso mais rápido a recursos federais. A justificativa é honrar compromissos assumidos com o Comitê Olímpico Internacional (COI), como o término da linha 4 do metrô, entre Ipanema e Barra da Tijuca.
Independentemente de questões políticas, o Rio seguirá atraindo os turistas. Por isso, fizemos um guia de atrações, divididas em cinco regiões, com 105 opções de passeios, praias, gastronomia e noite, e mais 79 na versão online, que pode ser levada no celular antes, durante e depois dos Jogos. Porque, apesar de não ser mais o mesmo, o Rio de Janeiro continuará lindo.
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