Por Meon Em Opinião

Burrice é eterna, como dizia Nelson Rodrigues?

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O grande Nelson Rodrigues disse um dia. "Invejo a burrice, porque é eterna”. Sem a criatividade e nível intelectual dele, faço adaptações á idéia preciosa do escritor poeta e jornalista. Invejo a política, mesmo não estando envolvido nela de cabeça e não ter tido a coragem de encará-la como profissão, como fizeram alguns amigos em nossa época de jovem há poucas décadas.

Minha inveja é no sentido de não entender, admitir a que ponto chega a cara de pau, que beira a burrice de alguns políticos, eleitos, reeleitos e cheios de astúcias. Apesar de dependerem do valioso voto, parecem viver em um mundo utópico. Irreal. Não são vistos mais em seus redutos, ignoram as necessidades de parte da comunidade, esquecem compromissos assumidos e não levam minimamente a sério o compromisso ético com a ideologia partidária, essa aliás, muito, muito longe de ser aplicada na prática.

Apesar de dependerem do valioso voto, parecem viver em um mundo utópico

A “burrice”, citada por Rodrigues, creio, tem sentido quando a considera eterna, como imaginamos que os políticos corruptos ou descompromissados com ações coletivas justas, levam a discórdia e a descrença.

Se é que existe alguma lógica nessa nossa reflexão, algo nos incomoda muito. Como esses seres quase nocivos à sociedade conseguem aprovação nas urnas? Qual o segredo do sucesso? Por que revalidar o voto cada eleição no mesmo candidato se ele comprovadamente falhou em suas propostas ou promessas?

Uma das explicações, talvez venha da estratégia de marketing conseguida graças a farta gastança com a divulgação em cada espaço disponível. Aí fica uma dúvida sobre o que pode e não pode ser usado numa campanha. O gasto limite nas campanhas é pré determinado por normas específicas, mas quem as cumpre? Quem as fiscaliza como necessário?

Bem, aí é outra história e como estamos no regime democrático, resta crer no que restou de bom senso de quem detém o poder de punir como exemplo para se evitar o que se lamenta a cada eleição: a decepção com nossos legais representantes.

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Nivaldo Marangoni é jornalista e colunista do Meon

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