Por Meon Em Opinião

A praga da corrupção e a política

Passado o período de festas, Natal e Ano Novo, o Carnaval enfim acabou e a reforma da Previdência fracassou, por enquanto. O que conta são as energias renovadas assim como a esperança de boas novas em mais um ano de eleição, quando, em nome dessa, se protela muita coisa para depois. É o "empurrar" com a barriga tão conhecido.

Para uma infinidade de brasileiros, ano de ir às urnas é chance de fazer um balanço de consciência e refletir se valeu a pena votar em x ou y. Infelizmente um número irrisório de eleitores consegue agir com coerência. Muitos, nem se recordam em quem votaram e, se votou. O desprezo para com este momento tão importante, um exercício fantástico de cidadania, chega a provocar a ira nos mais conscientes.

O desprezo para com este momento tão importante chega a provocar a    ira nos mais conscientes

O lamento maior, entretanto, é que aqueles que ainda acreditam que a democracia é o melhor sistema de governo de um país, nem se exercitando a cada dois anos, indo às urnas, demonstram a satisfação que deveria demonstrar, batendo no peito e reiterando o voto naquele que o representa no parlamento, seja em que nível for. A decepção parece geral. A desconfiança predomina diante de uma enxurrada de exemplos de corrupção pura, descarada, praticada por políticos de plantão, que dominam como ninguém a arte de enganar. Nem mesmo com alguns exemplos recentes de prisões e abertura de centenas de processos contra essa gente do mal, que dilapida o erário público, trai o cidadão que confia nele e ajuda a afundar a credibilidade da terra que Cabral um dia achou que seria parte integrante do Paraíso.

Numa análise pura e simples da credibilidade dos políticos chega-se a conclusão que enquanto não houver uma mudança radical na forma de se conceder regalias inacreditáveis em todos os poderes, a desconfiança e descrença serão inevitáveis. No país do salário mínimo de pouco menos de R$ 1 mil por mês ao trabalhador braçal e quase o mesmo valor a maioria absoluta dos aposentados, enquanto um deputado federal recebe quase R$ 34 mil, R$ 438 mil, realmente é algo que leva muitos a jogarem a toalha e partir para o lamento.

O sonho de igualdade, justiça e coerência parece cada dia mais difícil de ser realizar, pelo menos enquanto a sociedade não se conscientizar que o voto e a voz dela têm imenso valor, basta encontrar a fórmula para colocar em prática a repulsa, que pode começar com uma escolha mais criteriosa na hora de apertar o dedo na cabine de votação. Se não o fizer desta forma, não adianta choramingar. Eles vão continuar lá, sugando.

nivaldo_marangoni

Nivaldo Marangoni é jornalista, professor e colunista do portal Meon

Divulgação

 

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