Um vídeo divulgado pelo MBL (Movimento Brasil Livre) coloca em xeque o sorteio dos membros da Comissão Processante criada para investigar denúncias e possível cassação do mandato do vereador Maninho Cem Por Cento (PTB). Em razão da polêmica gerada pelas imagens, o vereador Marcão da Academia (PTB) já protocolou pedido para realização de um novo sorteio.
A comissão é composta pelos vereadores Lino Bispo (PR), Roberto do Eleven (PRB) e Esdras de Andrade (SD). Os três foram escolhidos para a comissão por meio de sorteio, realizado na sessão de quinta-feira passada (6), após apresentação do relatório da Comissão de Ética.
Para o coordenador do MBL em São José, Thomaz Henrique Barbosa, houve direcionamento na escolha dos membros da comissão.
Os nomes de todos os vereadores foram escritos em um pedaço de papel, lidos pelo vereador Marcão da Academia, dobrados por Débora Regina de Oliveira Alves, chefe de Gabinete da presidência da Câmara, que trabalha diretamente com o vereador Juvenil. Todos os nomes foram colocados em uma caixa, de onde Marcão retirou aleatoriamente os nomes daqueles que seriam os integrantes da comissão.
O vídeo divulgado pelo MBL indica que Débora teria dobrado os papéis com os nomes de Lino Bispo, Roberto do Eleven e Esdras de Andrade de forma diferente --enquanto os outros receberam várias dobras, os três tiveram apenas uma, ficando maior que os demais. Isso possibilitaria, segundo o MBL, que o Marcão pudesse identificá-lo durante o sorteio.
“Todo o processo já demonstra a falta de transparência, a urna fechada, a servidora do presidente [Juvenil Silvério] participando do sorteio, mas o principal para que se levante suspeita acerca do direcionamento são as imagens que mostram a dobragem dos papéis”, disse Thomaz Henrique Barbosa, que postou os vídeos nas redes sociais nesta segunda-feira.
O coordenador municipal do MBL disse que entrará com representação no Ministério Pública denunciando o direcionamento do sorteio dos membros da Comissão Processante e com uma ação civil pública pedindo a anulação do ato.
Câmara
O vereador Marcão da Academia nega qualquer direcionamento do sorteio e disse que considera um absurdo a suspeição levantada pelo MBL.
“Todo o processo foi conduzido com a maior lisura. Mas como não admito que se levante qualquer dúvida com relação ao meu trabalho, para que isso não manche o meu nome ou da minha família, já protocolei ontem (10) mesmo um pedido para realização de um novo sorteio. Eu não sei ainda se a Lei Orgânica permite, deverá ser analisado pelo Jurídico”, disse Marcão. Ele disse que deverá se manifestar sobre o assunto na sessão desta terça-feira (11).
Débora foi procurada pelo Meon desde segunda-feira, porém não foi localizada. A reportagem também deixou mensagens em seu celular e Whatsapp, mas ela não retornou.
O presidente da Câmara, Juvenil Silvério (PSDB), disse que Débora acompahava um velório fora da cidade na segunda-feira.Ele negou qualquer irregularidade no sorteio da Comissão Processante. "Jamais ela [Débora] faria isso, trabalha comigo há muitos anos e nunca teve um comportamento que a desabone", disse o vereador.
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