Para Marcos Pontes, polêmica sobre dados do Inpe foi causado por confusão em reportagem

Marcos Pontes participou de um evento na Codivap, em Taubaté

Bruno Castilho/Meon

Durante um evento no Codivap (Consórcio de Desenvolvimento do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira), em Taubaté, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, afirmou que a polêmica que envolveu os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre desmatamento foi causada por uma reportagem, após usar de maneira equivocada os números levantados pelo instituto.
Durante coletiva de imprensa, o disse também que o sistema do instituto é confiável e que, mesmo assim, ainda pode ser aperfeiçoado.

As declarações foram dadas durante uma coletiva de imprensa após ele assinar termos de cooperação técnica com o presidente do Codivap (Consórcio de Desenvolvimento do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira), e prefeito de Ubatuba Delcio Sato (PSD).

Pontes disse que “o problema não são os dados, mas sim a utilização dos dados”. Sem citar o veículo, ele afirmou que uma reportagem teria confundido dois programas do Inpe, utilizando os dados do Deter, que é um levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia, como se fosse informação do Prodes, que realiza o monitoramento por satélites do desmatamento por corte raso na Amazônia Legal.

“A questão toda quando começou esse problema, os dados que foram passados por uma reportagem, utilizaram os dados do deter como se fosse desmatamento e ainda comparando como se fosse dois meses, então ali sim foi o erro da utilização dos dados e não dos dados em si”, disse Pontes.

Para o ministro, o sistema do Inpe para monitoramento do desmatamento é confiável e pode ser aperfeiçoado com a participação do Ibama. “Essas duas instituições estão trabalhando juntas de forma que os dados saiam da maneira mais precisa e com a velocidade necessária que o Ibama requer. Então depois dessa situação, o resultado que a gente quer é uma melhoria do sistema e diminuir o desmatamento”, afirmou Marcos Pontes.

Inpe
Durante a entrevista coletiva, o ministro de Ciência e Tecnologia também comentou sobre a exoneração do antigo diretor do Inpe, Ricardo Galvão, que aconteceu em julho após polêmicas com o presidente Jair Bolsonaro (PSL). Pontes disse que a decisão da troca de diretores não teve a ver com os dados da instituição, mas sim com o atrito dele com o presidente.  “A exoneração dele teve a ver simplesmente com o tratamento dele com o presidente da república, que tornou a posição dele bastante desconfortável. E se ele continuasse, seria prejudicial para o próprio instituto, não seria a coisa boa e ele mesmo reconhece isso e foi por isso que ele foi exonerado”, explicou.

Sobre o novo diretor, Darcton Policarpo Damião, Pontes disse que “ele continua fazendo o aperfeiçoamento do sistema que vai ser muito bom para o país” e que “quando chegar o momento da substituição vai ter todo o procedimento normal, comitê de busca, lista tríplice e assim por diante.”