Por Meon Em RMVale

Morador de Taubaté lança campanha virtual para comprar medicamento

Falta de medicamentos no SUS também afeta moradora de São José

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O casal Bruna e Fabio Catoira

Arquivo Pessoal

O empresário Fábio Catoira, de Taubaté, lançou uma campanha na internet para arrecadar doações para tratamento de um câncer chamado melanoma metastático de estágio 4. O empresário, de 41 anos, foi diagnosticado em novembro de 2017 e desde então trava uma briga judicial contra o Estado para garantir acesso a um medicamento de alto custo.

O melanoma metastático é um tipo de câncer de pele agressivo e letal, que pode atingir órgãos internos, como é o caso do Fábio. O empresário não apresenta lesões externas, mas sofre com vários tumores internos.

“Uma dessas lesões está comprimindo a medula do Fábio, causando dores insuportáveis. Sem tratamento, ele pode perder os movimentos das pernas e corre risco até de morrer”, disse Bruna Cantoira, esposa do empresário.

Segundo ela, o Hospital Regional do Vale do Paraíba, em Taubaté, deu alta para o Fábio alegando que o tratamento convencional (quimioterapia e radioterapia) não seria indicado para o tipo de câncer dele e que qualquer outro tratamento oferecido pelo SUS seria paliativo. “A única medicação prescrita foi morfina para amenizar a dor”, disse.

A família, então, soube de um tratamento chamado imunoterapia, aprovado pela Anvisa, e recorre a um médico particular, que se comprometeu a tratá-lo gratuitamente, desde que tivesse o medicamento chamado pembrolizumabe.

“O problema é que o SUS não oferece esse tratamento e esse medicamento é muito caro, custa cerca de R$ 40 mil, e o Fábio precisa de oito doses”, relata Bruna.  Por conta disso, Fábio recorreu à Justiça e obteve decisão favorável, no entanto o Estado e a Prefeitura de Taubaté não acataram a decisão.

“O prazo para entrega do medicamento venceu dia 15 de janeiro. O processo está correndo e estamos no aguardo da entrega do medicamento ou verba para o tratamento. Não temos como saber se neste período de espera, o câncer avançou ainda mais”, afirma Bruna.

Por conta disso, o casal colocou a empresa da família à venda e lançou uma campanha na internet para a arrecadar doações. Os interessados em ajudar podem acessar a campanha no site de crowdfunding Vakinha  ou página Fábio contra o Câncer no Facebook.

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Imagem mostra lesões causadas pelo câncer em Fábio Cantoira

Arquivo Pessoal

Outro lado

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, Fábio Catoira não recebeu alta médica, pois segue em acompanhamento especializado e multiprofissional, em caráter ambulatorial, no Hospital Regional. A secretaria ressaltou ainda que Fábio passou por sessões de radioterapia entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018, mas ao invés de seguir com o tratamento convencional, optou por iniciar um tratamento de imunoterapia em serviço privado.

Bruna afirma que as sessões foram prescritas pelo médico particular, não pelos profissionais do hospital. 

Sobre o cumprimento da ordem judicial, a Procuradoria Geral do Estado informou que conseguiu alterar para 30 dias o prazo para o cumprimento da obrigação de fornecer o medicamento.

A Prefeitura de Taubaté informou que o fornecimento de medicamento para tratamentos de alta complexidade é de responsabilidade do governo do Estado, conforme confirma a decisão judicial.

São José dos Campos

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Farmácia Central, da Secretaria de Saúde do Estado, no centro de São José

Meon

Em São José dos Campos, uma mulher de 53 anos transplantada aguarda há quatro meses por um medicamento de alto custo de uso contínuo e obrigatório. Ela pediu para não ser identificada por se sentir constrangida pela situação e por temer represálias.

A mulher fez transplante de rim há 20 anos e desde então é obrigada a tomar micofenolato de sódio de 360mg (três vezes ao dia) e ciclosporina 50mg e 100mg (um de cada diariamente), para não perder o rim transplantado.

Ela retirava os medicamentos na Farmácia Central, que pertence ao Estado, mas em novembro não conseguiu nenhum dos medicamentos. O fornecimento do ciclosporina foi regularizado em janeiro, mas o micofenolato de sódio continua em falta.

A Secretaria de Saúde do Estado informou que o micofenolato de sódio é repassado pelo MInistério da Saúde e que desde o ano passado o volume de medicamento enviado pela União não é suficiente para atender a demanda. A secretaria não tem previsão de quando o problema será solucionado.

O Meon procurou o Ministério da Saúde, mas até as 17h30 não recebeu retorno da assessoria de imprensa.

 

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