Por Meon Em RMVale

Joseense morador de Wuhan sai da cidade horas antes do início da quarentena

José Renato é natural de São José dos Campos e saiu da cidade chinesa para fugir da epidemia de coronavírus

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José Renato Peneluppi saiu de Wuhan horas antes da quarentena começar

Reprodução/Arquivo Pessoal

Wuhan é a sétima cidade mais populosa da China, com 11,5 milhões de habitantes. Cidade considerada o coração da China Central por setores altamente avançados tecnologicamente como economia, comércio, finanças, transporte e tecnologia da informação. Só Wuhan possui 35 instituições de ensino superior.

A cidade seria um ótimo lugar para viver, se não fosse o epicentro do novo coronavírus. Sair de Wuhan se tornou o maior desejo de muitos chineses e estrangeiros que vivem na cidade. José Renato Peneluppi, um advogado joseense de 38 anos que há nove mora na cidade, conseguiu sair do local seis horas antes da quarentena instaurada pelo governo.

O joseense foi para a Jordânia viajar poucos dias antes do Natal de 2019, mas voltaria para a cidade chinesa a tempo de celebrar o ano novo chinês, comemorado no dia 24 de janeiro. Antes de sair da província, já havia um rumor sobre o vírus que estaria surgindo na cidade, mas não havia tanta preocupação.

“Quando chego a Pequim, um amigo médico me alertou, pois acabara de sair de um curso com a OMS sobre o vírus que estava se desenvolvendo na cidade. Então já chego em Wuhan decidido a cumprir minha agenda e sair o quanto antes”. Conta Peneluppi sobre quando tomou a decisão de sair da China.

Peneluppi deixou Wuhan às 4h da manhã, às 10h a cidade estava isolada, com estradas e aeroportos fechados e poucas pessoas nas ruas, tudo isso pela quarentena instaurada pelo governo. Ele escolheu então seguir para o Camboja, país do leste asiático. Disse que não havia grande movimentação para deixar o país. “O aeroporto estava totalmente vazio, e só havia nosso voo. Meu voo não tinha mais que 40 pessoas”.

Peneluppi ainda falou que não enfrentou muitos problemas para deixar o país mesmo horas antes da quarentena ser instaurada. “Resistência nenhuma, o que havia eram questionários a serem preenchidos sobre minha saúde e medidores de temperatura”. Relembra o joseense.

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O aeroporto de Wuhan estava vazio seis horas antes do início da quarentena

Reprodução/Arquivo Pessoal

Quando questionado sobre como a população está em Wuhan, José se mostra mais esperançoso do que aflito. “Não há outro lugar no mundo em que um governo seria tão capaz de enfrentar uma situação como essa, é uma situação dura e triste, mas o povo está unido e trabalhando para superar isso”.

O joseense também crê que há certo exagero em relação ao temor do vírus. “Existe um sensacionalismo explorando as ações do governo chinês, é uma doença que tem sido curada sem necessidade de medicamento, o risco de vida ocorre para 2,07% das pessoas contaminadas”. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) existem 1.117 mortes confirmadas pelo coronavírus.

O joseense contou também que a informação vai ser uma aliada na destruição do vírus, pois segundo ele, as pessoas só temem o que é desconhecido.

Por enquanto, o advogado não planeja voltar a morar no Brasil, mas garante que sempre volta ao país a trabalho. Ele está com a namorada na Rússia atualmente, para onde seguiu após passar alguns dias em Camboja.

José Renato Peneluppi também pediu mais informações sobre o vírus e amparo à população. “É tempo de fatos, não de medo, é tempo de ciência, não rumores, é tempo de solidariedade, não de estigmas”. Finaliza o joseense.

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