Por Meon Em RMVale

Jornalista de Guará recebe prêmio de direitos humanos em Montevidéu

Premiação é concedida a escritores e artistas da América Latina

lucia com refugiada

Jornalista Lucia Helena é premiada pelo trabalho em prol dos direitos humanos

Arquivo/ Lucia Helena Issa Youtube

A jornalista e escritora Lucia Helena Issa, de Guaratinguetá , recebe neste sábado (19) o Prêmio 'Estrella del Sur', pelo trabalho humanitário que realiza em campos de refugiados sírios. A premiação é concedida a escritores e artistas da América Latina que desenvolvem atividades em prol dos direitos humanos, da paz e igualdade social.

Lucia Helena nasceu em Guará e se formou em jornalismo na Unitau (Universidade de Taubaté). Logo após a graduação, foi fazer um curso na Itália, onde acabou vivendo por seis anos. Retornou para Guará, mas em pouco tempo deixou a cidade para trabalhar como correspondente de veículos italianos no Rio de Janeiro.

Com dois livros publicados, a jornalista dedica-se principalmente a mostrar a histórias de mulheres em várias partes do mundo e agora, principalmente, às mulheres do Oriente Médio. 

Seu primeiro livro foi "As Cerejas do Comandante", inspirado no tema do seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) da faculdade. A obra foi escrita após a jornalista passar três meses em Cuba, com o objetivo de investigar o sentimento e o modo de vida das mulheres em um país que mantinha sua população praticamente isolada do resto do mundo.

Seu segundo livro é ‘Quando amanhece na Sicília’, que fala sobre a luta de mulheres sicilianas contra o grupo mafioso ‘Cosa Nostra’. A obra, premiada na Itália, marcou a trajetória profissional da jornalista.

“Foi uma luta muito bonita das mulheres contra a máfia. Foi um movimento de dentro para fora, os próprios civis se uniram, isso me emocionou muito”, afirmou Lucia Helena ao Meon.

A jornalista pretende lançar em dois meses o seu terceiro título: “Filhas da Esperança”, sobre mulheres palestinas que vivem há décadas em campos de refugiados.  Ela lembra que a trágica situação é resultado da catástrofe que ocorreu em 1948, chamada de Nakba pelos palestinos, quando o Estado de Israel foi criado e mais de 700 mil palestinos foram expulsos de suas terras.

Muitos palestinos morreram e muitas mulheres daquela região se tornaram refugiadas perenes. “Estas mulheres não são mais consideradas cidadãs palestinas, não podem voltar para suas terras, muitas delas não possuem nem documentos, e irão terminar suas vidas nos campos de refugiados. Essa dor é uma dor profunda. Isso me tocou muito", relata.

E Lucia Helena conhece bem as tragédias vividas pelo povo do Oriente Médio, onde já esteve por diversas vezes visitando campos de refugiados sírios e campos palestinos de Burj Al Barajneh e Shatila. 

Em seus trabalhos no exterior, muitas vezes ela deixa de lado sua atividade jornalística para cumprir uma função social, solidária e humanitária.

“Eu estive nos campos de refugiados como jornalista e fiquei muito impactada com toda dor que eu testemunhei destas mulheres, muitas delas perderam filhos nos bombardeios dos Estados Unidos em Alepo. Após isso, reuni meus familiares e amigos para comprar brinquedos e materiais escolares para mais de 200 crianças no campo de refugiados, e isso fez parte do meu projeto humanitário e acredito que com esse projeto fizemos uma pequena diferença nos sonhos e na vida destas crianças.”

Lucia contou ainda que desta experiência irá nascer outro livro sobre a guerra na Síria.  “O que eu quero mesmo é dar voz a quem não tem voz, principalmente para as mulheres. Quero fazer com que novas narrativas sobre as guerras cheguem até nós, estou muito feliz por este prêmio, só tenho a agradecer os uruguaios”, disse Lucia em entrevista ao Meon

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