Por Meon Em RMVale

Licitação para instalação de câmeras recebe 11 propostas em São José

Valor do contrato poderá chegar a R$ 91,2 milhões por quatro anos

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Pacote de investimentos prevê também a criação de um Centro de Segurança Integrada 

Divulgação/Claudio Vieira/PMSJC

 
A Prefeitura de São José dos Campos recebeu 11 propostas na concorrência pública para instalação de 1.000 câmeras de monitoramento, interligação semafórica, antenas de wi-fi e criação de um CSI (Centro de Segurança Integrada). A licitação do projeto Cidade Inteligente atraiu oito consórcios e três empresas individuais.

Antes de verificar as propostas, a prefeitura fará análise técnica da documentação que foi entregue nesta sexta-feira (16) no auditório do Paço Municipal. 

O contrato com a vencedora terá duração de quatro anos, com valor máximo de R$ 91,2 milhões, equivalente a R$ 22,8 milhões por ano ou R$ 1,9 milhão por mês. De acordo com a administração municipal, a previsão é de que os novos serviços sejam implantados no prazo máximo de nove meses após a contratação.

A concorrência atraiu os consórcios Esteio-Nova Fibra-Iessa; Horizons Telecomunicações Tecnologia S.A e Redisul Informática; Smart City São José dos Campos; Egis-Stemme; Monitora SJC; AS7-Online-Setran; Smart City TbraSeal, e Nipcable e L8 Netwoks. As três empresas foram Freenetwoks Soluções Ltda; Claro S.A e América Net LTDA.

De acordo com a prefeitura, a empresa contratada vai disponibilizar acesso à internet, por meio de wi-fi em 165 unidades que integram a rede educacional. O serviço ainda a cobertura de wi-fi para uso da população em 295 prédios da prefeitura, incluindo unidades de saúde, escolas, Casas do Idoso, centros poliesportivos, parques e praças.

Ainda de acordo com a administração, as câmeras possibilitarão o reconhecimento facial, leitura de placas de veículos, verificação de estacionamento ilegal e monitoramento de concentração de pessoas dentro de um grande evento. Os equipamentos, que produzirão imagens em full HD, também devem ser instalados em bairros distantes da região central, nos extremos da cidade.

O edital para a contratação do serviço, que inclui monitoramento por câmeras, interligação de semáforos e instalação e criação do CSI (Centro de Segurança Integrada) foi lançado no dia 2 julho. A iniciativa faz parte do projeto solução de Cidade Inteligente.

Reconhecimento facial em xeque

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Agentes monitoram imagens do COI (Centro de Operações Integradas), de São José dos Campos

Reprodução

identificação facial em segurança pública gera polêmica em cidades que já adotaram o sistema. Em julho, uma mulher foi detida por engano, em Copacabana, no Rio de Janeiro, depois de ter sido confundida pelo sistema de reconhecimento facial da Polícia Militar.

Os policiais fluminenses acreditavam estar prendendo uma foragida da Justiça, acusada pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.  Ela foi levada para a delegacia e liberada após constatado o engano.

Na Europa, o uso do reconhecimento facial para identificação de criminosos também é questionado por instituições de defesa de direitos do cidadão. Em Londres, uma pesquisa realizada pela Universidade de Essex apontou falhas no sistema, principalmente detenção de pessoas que não seriam procuradas pela justiça.

Em entrevista ao Meon, o especialista em segurança pública José Vicente da Silva Filho disse que a identificação facial pode ser ineficiente. 

“Essa tecnologia realmente tem um aspecto controverso. O importante é a gente pensar, qual a utilidade disso? Porque o seu uso é indicado para centros controlados, ambientes fechados, e não ruas e vias públicas. Para esta utilidade é uma bobagem imensa, é muito caro para pouco resultado”, afirmou o especialista, que é coronel reformado da PM-SP e ex-secretário nacional de Segurança Pública.

José Vicente aprova os investimentos em tecnologias que auxiliem os serviços de segurança, mas ressalta que deve haver investimento na própria polícia e integração com os recursos municipais.

“Nenhum pacote de câmeras substitui a eficiência do trabalho que a polícia faz na rua. O importante é a polícia estar onde os criminosos atuam e as câmeras não fazem isso, além do custo benefício que não compensa”, afirmou. “Agora, é claro que as tecnologias são importantes e, mais ainda, que as prefeituras tenham essa integração de recursos, porque a segurança pública, de uma forma geral, ganha muito com essas implementações”, disse.

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