Falso médico desapareceu após denúncia em Jacareí
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Um falso médico fraudou documentos e conseguiu enganar, durante dois meses, a direção da Santa Casa de Jacareí, unidade onde chegou a atender no pronto-socorro.
Conhecido por Eric pelos colegas e pacientes, o estelionatário na verdade se chama Israel Souza de Menezes, tem 42 anos e já foi preso em flagrante por exercício ilegal da profissão na cidade de Santa Fé do Sul, em São Paulo, em 2010.
O falso médico havia utilizado um CRM e diploma falsos, mas que constavam como ativos no registro de medicina.
De acordo com o cardiologista José Claudio, da Santa Casa de Jacareí, o falso médico procurou a direção da casa no mês de maio, pedindo para dar plantão no setor de pronto-socorro.
“O direcionaram para falar com o colaborador responsável pela escala médica. Em uma semana ele já estava com todos os documentos. Diploma, identidade, comprovante de residência e CRM. Fizemos uma pesquisa e deu CRM ativo. Então ele começou o plantão em meados de junho. Depois disso foram dois meses sem queixas. Ele atendia as ocorrências classificadas como baixo risco”, afirma.
A farsa começou a ser desmascarada em setembro, quando um funcionário procurou a administração do hospital para alertar sobre a possibilidade de se tratar de um estelionatário.
“A denúncia desse médico aconteceu por volta das 14h. Lá pelas 15h o falso médico simplesmente desapareceu. Disse que o filho estava com algumas complicações e sumiu do plantão”, diz o cardiologista.
Na bolsa de Israel, uma das enfermeiras encontrou várias identidades diferentes. Foi aí que a equipe realizou o boletim de ocorrência e descobriu-se uma extensa ficha criminal.
Investigação
O delegado que investiga o caso, José Gonzaga, afirma que, apesar do falso médico estar foragido, ele já foi identificado e um inquérito será aberto para investigar o caso.
Por nota, a prefeitura de Jacareí afirmou que já denunciou o falso médico ao CRM e notificou a empresa terceirizada que é responsável pela contratação dos médicos do pronto-socorro.
Já o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) também enviou nota afirmando que abriu sindicância para apurar o caso e que Israel Souza já responde processo ético-profissional.
“O Cremesp, por competência legal, pode agir somente em relação a médicos devidamente inscritos e habilitados. Quando informado, formalmente, sobre a possibilidade de atuação de falsos médicos, instaura sindicância para apurar eventual conivência de profissionais com o exercício ilegal da Medicina”, conclui a nota.
Boleto
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