Por Meon Em RMVale

Empresa de Taubaté é alvo da operação 'E o Vento Levou' da PF

Polícia Federal fez buscas e apreensões em seis cidades nesta quinta-feira

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Objetivo da operação é apurar  suposto desvio de dinheiro da Cemig, estatal mineira, por meio de contratos com a Renova

Divulgação/PF



 

Uma empresa localizada no Jardim das Nações, em Taubaté, foi alvo nesta quinta-feira (11) da operação 'E o Vento Levou' deflagrada pela Polícia Federal para apurar desvio de dinheiro da Cemig, concessionária de energia elétrica de Minas Gerais. Foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão contra pessoas e empresas supostamente envolvidas.

Além de Taubaté, foram cumpridos mandados em São Paulo e Mogi das Cruzes, no Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Nova Lima (MG). A PF está investigando mais de R$ 200 milhões em contratos suspeitos da Renova Energia.

O objetivo da operação é apurar o desvio de dinheiro da empresa Cemig Geração e Transmissão por meio do aporte de R$ 850 milhões na empresa Renova Energia S.A., com posterior repasse de parte deste recurso por meio do superfaturamento de um contrato com a empresa Casa dos Ventos e escoamento dos valores através de sua transferência a várias empresas. Em seguida, o dinheiro teria sido convertido em espécie e distribuído a diversas pessoas.

A PF investiga a participação de executivos e acionistas da Andrade Gutierrez, Cemig, Renova e da Casa dos Ventos no suposto esquema - além dos operadores financeiros e outras empresas que teriam sido usadas para escoar o dinheiro desviado.

Outro lado
A Casa dos Ventos enviou nota na qual esclarece que a empresa e seus executivos não foram objeto de busca e apreensão na Operação "E o Vento Levou". "A companhia, por iniciativa própria, já vem colaborando com as autoridades na apuração de fatos, ocorridos há 5 anos, que envolvem sigilo", declarou a empresa em nota.

Conforme explicaram representantes da PF e da Receita Federal, um contrato de venda de projeto da Casa dos Ventos para a Renova Energia foi alvo de sobrepreço da ordem de R$ 40 milhões.

Esse montante foi repassado, após várias etapas de lavagem de dinheiro, a pessoas indicadas por executivos da Andrade Gutierrez, Codemig e Cemig.

Ao longo das investigações, um executivo da Casa dos Ventos atuou como colaborador. Ainda assim, segundo o coordenador da operação e chefe da delegacia de repressão a Corrupção e Crime Financeiro, Victor Hugo Rodrigues Alves, o fundador da Casa dos Ventos, Mario Araripe, deve prestar esclarecimentos na semana que vem. Foi ele quem, segundo as investigações, concordou com o sobrepreço na venda do projeto.

A Renova Energia divulgou comunicado informando que a Polícia Federal deflagrou a Operação "E o Vento Levou", quarta fase da Descarte, para apurar suposto desvio de dinheiro da Cemig por meio do aporte de R$ 850 milhões na Renova.

A companhia esclarece que trata-se de uma investigação, ainda em curso, relacionada ao período anterior a 2015, e que prestará todas as informações necessárias para auxiliar os trabalhos da Polícia Federal e do poder judiciário.

A Cemig confirmou que na manhã desta quinta-feira agentes da Polícia Federal e da Receita Federal estiveram na sede da companhia em Belo Horizonte para "cumprir mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal de São Paulo em razão de indícios da prática de desvios de recursos em prejuízo da Cemig". A informação consta de comunicado enviado ao mercado.

No documento, a Cemig destaca que a investigação é sobre "fatos ocorridos anteriormente a 2015, na empresa Renova, com sede na capital paulista".

O comunicado não cita, mas a Cemig Geração e Transmissão é o maior acionista da Renova, com 36,23% do capital da empresa, sendo que possui mais de 45% das ações ordinárias - aquelas com direito a voto, segundo informações do site da própria Renova.

No comunicado da Cemig, a empresa mineira diz ainda que "está em total colaboração com as autoridades e que também tem interesse na rápida evolução dessas investigações". "A companhia reforça o seu compromisso com a transparência e que manterá o mercado e a sociedade informados sobre a evolução desses fatos ocorridos no passado", menciona o texto.

A reportagem continua tentando localizar os citados e deixou espaço aberto para manifestação.

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