Embraer propõe retirada de direitos e zero de reajuste salarial, diz sindicato

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Divulgação/Embraer

A Embraer propôs congelar os salários e retirar direitos dos trabalhadores das fábricas que a empresa mantém em São José dos Campos. A afirmação é do Sindicato dos Metalúrgicos, que recebeu proposta patronal durante negociação nesta quarta-feira (11).

O encontro marcou a terceira rodada de negocicação e aconteceu na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que representa empresas do setor aeronáutico, em São Paulo. A pauta de campanha salarial foi protocolada no mês passado e tem como data-base setembro.

A tentativa de negociação, segundo o sindicato, demonstrou a intenção da Embraer em congelar o salário dos trabalhadores, com o abono de R$ 2.500, salários com zero de reajuste e sem correrção pela inflação. Além disso, a proposta previa ainda a retirada de dois itens que a classe mantém em cláusulas: estabilidade no emprego para lesionados e o impedimento de terceirização ilimitada.

“Se aceitássemos a proposta nós teríamos que retirar esses dois itens da cláusula, o que causaria diversas demissões. Essa é a nova política da Boeing [empresa que criou uma joint venture com a Embraer]”, disse André Luiz Gonçalves, diretor do sindicato.

O sindicato pede reajuste real e renovação da convenção coletiva, que trata dos direitos trabalhistas, como adicional noturno, horas extras, estabilidade de emprego etc. A categoria disse ainda que não haverá mais negociações se os dois itens da cláusula forem retirados. 

A Fiesp apresentou também na mesa de negociação a proposta de abono de R$ 1.000 para outras cinco fábricas do setor na RMVale: Latecoere em Jacareí;  Sonaca, Pesola, Alestis e Aernnova em São José dos Campos. Juntas, as seis fábricas contam com 14.500 funcionários.

A Embraer foi procurada, mas disse não comenta o tema. Já a Fiesp informou que o processo negocial encontra-se em andamento e há previsão de nova rodada de negociação para a próxima semana.