A Comissão de Ética da Câmara de São José dos Campos aprovou parecer na manhã desta quarta-feira (7) recomendando a abertura de processo contra o vereador Maninho Cem Por Cento (PTB) por quebra de decoro parlamentar e improbidade administrativa.
O parlamentar é acusado de usar um de seus assessores de gabinete para atividades particulares --o funcionário ficaria, durante o horário de expediente na Câmara, em um balcão de anúncios do jornal que Maninho publica na zona leste da cidade.
O parecer foi elaborado pela Comissão de Ética durante reunião a portas fechadas.
O Meon apurou que, dos cinco membros, três votaram a favor da abertura do processo: o relator do caso, Sérgio Camargo (PSDB), além de José Dimas (PSDB) e Wagner Balieiro (PT). O único voto contrário foi de Marcão da Academia (PTB), colega de partido de Maninho. O presidente da comissão, Lino Bispo (PR), só votaria se houvesse empate, o que não foi o caso.
Agora, o parecer será encaminhado ao presidente da Câmara, Juvenil Silvério (PSDB), que submeterá o tema aos demais vereadores. Caso ele seja aprovado pela maioria dos parlamentares, o processo contra Maninho será aberto. A medida pode resultar na cassação do mandato do vereador.
Sigilo
Os membros da Comissão de Ética deixaram a reunião sem falar sobre detalhes da votação.
“O relatório recomenda que seja investigada [a denúncia] para termos clareza do que foi colocado na imprensa e até para o vereador ter a condição de provar a sua inocência. Foi esse o encaminhamento trazido no relatório”, disse Lino Bispo.
"Ele [Maninho] apenas foi ouvido em uma reunião anterior. Defesa ele vai apresentar se a Câmara acatar o parecer da Comissão de Ética. Aí, sim, entra em processo de investigação. Mas o plenário da Câmara é soberano e pode acatar ou não", acrescentou.
Se o parecer for aprovado pelo plenário da Câmara, o caso volta para a Comissão de Ética, dando início às investigações (com coleta de provas e depoimentos).
"Acompanhamos o voto do relator. Agora o processo vai para o plenário, que decidirá se acata ou não o parecer. Se for aprovado, a Comissão de Ética terá um prazo para reunir provas e tomar uma posição", disse Wagner Balieiro.
Maninho foi procurado pela reportagem por telefone e no seu gabinete, mas não foi localizado.
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