Trabalhadores procuram por seus nomes nas listas de beneficiados
Marcus Alvarenga/Meon
Cerca de 2.000 ex-funcionários da GM aprovaram, na manhã desta segunda-feira (5), a proposta de pagamento feita pela montadora ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, referente a uma diferença no valor da homologação recebido por esses trabalhadores, que foram demitidos entre outubro de 2011 a junho de 2015.
Segundo o Sindicato, a quantia devida, que varia de R$ 70 a R$ 2.400, será pago aos trabalhadores por meio de depósito bancário, dentro de 40 dias. Na assembleia os trabalhadores aprovaram que o Sindicato faça a intermediação do pagamento.
Os funcionários do sindicato fixaram no portão as listas de trabalhadores beneficiados com os respectivos valores que cada um terá direito. Muitos foram pegos de surpresa e disseram que o dinheiro virá em boa hora.
É o caso de Adriano Pereira, de 33 anos, que foi desligado da empresa em 2014, após cinco anos de serviço na produção da S10. Agora ele trabalha como motorista de van.
"Na época, fui demitido por carta. Nem fazia ideia desse direito do aviso prévio. O valor que vou receber é baixo [em torno de R$ 400], mas será muito bem-vindo”, disse o trabalhador, que ainda não fez planos de como vai gastar o dinheiro extra.
Segundo o presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, com a aprovação em assembleia agora é só o prazo de o sindicato operacionalizar os pagamentos. "Foi detectado na época que a empresa devia três dias da rescisão dos contrato. Hoje aprovamos em assembleia para que a empresa possa repassar esse valor ao sindicato, que depositará nas contas dos trabalhadores", disse Macapá.
Segundo ele, daqui 30 a 40 dias todos começam a receber. “O sindicato vai cadastrar os dados bancários de todos e fará o depósito diretamente ao trabalhador", disse.
Dependentes de funcionários que, por ventura, já tenham falecido, também têm direito ao pagamento da diferença. “É só procurar o Sindicato com os documentos do funcionário”, disse.
Entenda
O Sindicato explicou aos trabalhadores que existe esse valor devido porque, em 2011, o Congresso Nacional aprovou a lei que instituiu o aumento do aviso prévio de 30 para 90 dias. Pela lei, além dos 30 dias, para cada ano trabalhado o aviso prévio aumenta em três dias até o limite de 90.
Segundo o sindicato, a GM descumpriu essa regra ao excluir do cálculo o primeiro ano de serviço de cada trabalhador. O problema foi detectado pelo Departamento de Homologação do sindicato que, em 2013, entrou com uma ação na Justiça cobrando o pagamento da diferença.
Os valores devidos terão desconto de 6% para sócios e 15% para não-sócios, por conta das custas processuais.
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