Por Meon Em RMVale

Ao renunciar cargo no Yach Club de Ilhabela, Yunes diz que é vítima de calúnia e 'prejulgamentos midiáticos'

Assessor e amigo do presidente Temer é acusado de integrar 'quadrilha do MDB'

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O empresário José Yunes

Arquivo

O empresário José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer, afirmou ser vítima de calúnias, difamação, mentiras, e de ‘rasos prejulgamentos midiáticos’, em comunicado dirigido aos associados do Yach Club de Ilhabela. 

Yunes é acusado de integrar uma organização criminosa ligada ao MDB para desviar recursos de órgãos públicos.

Yunes renúnciou ao seu cargo de comodoro na diretoria do clube após a saída de membros do conselho e da diretoria deixam a entidade.

O amigo do presidente Temer aproveitou a nota de renúncia para declarar publicamente sua inocência. O documento está disponível no portal do Yach Club.

Na última semana, o corretor Lúcio Bolonha Funaro entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) informações complementares do seu acordo de colaboração premiada assinada no ano passado.

Entre os documentos apresentados estão planilhas que, segundo o delator, revelam o caminho de parte dos R$ 10 milhões repassados pela Odebrecht ao MDB na campanha de 2014. Os valores teriam como destinatário alguns integrantes do grupo político do presidente Michel Temer. 

Veja abaixo a íntegra da nota de José Yunes aos associados do Yacht Club de Ilhabela. 

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Yunes disse aos associados do Yach Club de Ilhabela que sua inocência será reconhecida

Reprodução/Portal YCI


"Atravesso o momento mais tormentoso de minha vida. 


A lancinante dor que vem me corroendo incessantemente, nesses dias espetaculosos em que vive o país, ocorre em função da mais ignominiosa difamação que se tenta perpetrar contra minha honra: a mentira de me atribuírem práticas ilícitas e de me considerarem partícipe de operações fantasiosas e adredemente preparadas.

Na imediatez de rasos prejulgamentos midiáticos, do dia para noite, extermina-se uma reputação arduamente construída ao longo de uma vida, em verdadeira condenação de morte civil sem direito de defesa.

Digo e repito que nunca na minha vida de 57 anos de profissional liberal, trabalhando como advogado e militando na vida empresarial, fiz carreirismo, pratiquei desonestidade, realizei operações ilegais de qualquer espécie. Nunca vi e ouvi tanta desfaçatez, calúnias, difamação, mentiras, e perniciosas ilações, sempre sem qualquer elemento de prova minimamente aceitável.

Porém, a instituição que tanto amo, o nosso Yacht Club de Ilhabela, não pode, de forma alguma, ser afetada por questões particulares de um dos seus membros condutores. Nos últimos 4 anos de minha vida, dediquei-me com afinco e abnegação para um conhecido objetivo em plena marcha de realização: tornar nosso YCI o melhor clube náutico da América Latina.

Poucas não foram as realizações. Das visíveis obras de modernização e melhoria dos serviços aos associados em nossa sede em Ilhabela (espaço de eventos, nova piscina, nova torre de rádio costeira, píer da subsede de São Sebastião) a uma gestão compromissada com a eficiência, transparência e competência dos gestores que nomeei para cada área do clube, aos quais tenho convicção que sempre dei todas as condições para exercerem suas tarefas de forma independente e mais eficiente possível. Há, no entanto, muita coisa a ser feita para que nosso objetivo seja, enfim, atingido. O clube não pode esperar a justiça, a qual, sabidamente, é letalmente tardia em nosso país.

A força do meu caráter me inspirará a seguir adiante, de cabeça erguida, no extraordinário esforço que terei de fazer para resgatar os valores e os princípios com os quais sempre pautei minha existência: amor à família, trabalho, dignidade, honestidade, lealdade, culto às nossas tradições e o progresso de nossa Pátria. Acredito na Justiça brasileira e tenho convicção que, ao final de um processo em que eu possa exercer meu pleno direito de defesa, minha inocência será reconhecida.

Que isso fique registrado na consciência de cada um e nos anais do YCI.

Face a esse compromisso, não tenho condições de desempenhar a contento as imensas tarefas que os companheiros depositaram sobre os meus ombros.

Renuncio, pois, dolorosamente, ao honroso cargo de Comodoro do Yacht Club de Ilhabela.

Saúdo os queridos amigos e desejo ao futuro Comodoro sucesso em sua missão.

Ilhabela, 13 de abril de 2018.

José Yunes"

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