Por Marcus Alvarenga Em RMVale

Alckmin dispõe policiais do Estado para atuar na intervenção federal

Comando da PM está se prevenindo para 'possível' reflexo na RMVale

Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e o Ministro das Cidades, Alexandre Baldy (sem partido-GO) (Marcus Alvarenga/Meon)

Ministro das Cidades, Alexandre Baldy, e o Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin

Marcus Alvarenga/Meon

O governador Geraldo Alckmin (PSDB), durante visita aos municípios da RMVale nesta quinta-feira (22), declarou, em Pindamonhangaba, que vai disponibilizar todo o aparato da Polícia Militar para auxiliar na intervenção federal no Rio de Janeiro. A participação das equipes de segurança de São Paulo foi confirmada no fim da manhã, após a assinatura de um protocolo de cooperação entre o ministro da Justiça, Torquato Jardim, e o secretário de Segurança Pública, Magino Alves, para consentir que a Policiamento Rodoviária do Estado de São Paulo possa abordar veículos e atuar na “repressão, fiscalização e multas que forem necessárias em hipóteses legais” em rodovias federais que conectam ao Estado vizinho.

Disponibilizamos para o ministro todas as nossas ferramentas tecnológicas, como o Detecta e Infocrim, além dos nossos policiais"

Geraldo AlckminGovernador de SP

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“A nossa disposição é ajudar. Disponibilizamos para o ministro todas as nossas ferramentas tecnológicas, como o Detecta e Infocrim, além dos nossos policiais, concentrando esforços com atuação na via Dutra e Fernão Dias”, declara o governador.

Enquanto Alckmin viajava pela RMVale, a reunião acontecia na capital paulista após o temor de consequências da intervenção no Rio em outros Estados. Torquato Jardim afirmou que as autoridades não sabem em que extensão a intervenção trará consequência para outros Estados", mas que os efeitos são "muito prováveis".

"Não temos certeza do quanto e em que extensão o sucesso da intervenção no Rio de Janeiro trará consequência para a segurança pública desses outros três Estados. É uma integração de inteligência, informação, de alerta e precaução para o que venha acontecer". O ministro afirmou que a eficiência da intervenção no Rio "será muito maior se trabalharmos todos juntos." Ele não descartou cooperação com outros Estados no futuro.

As cidades do Vale do Paraíba e Litoral Norte estão diretamente ligadas às primeiras cidades do Estado do Rio de Janeiro. Por isso, antes mesmo do acordo com o Governo Federal, a Coronel Eliane Nikoluk, comandante da Polícia Militar na região, já havia iniciado um trabalho preventivo para possíveis impactos.

“O cenário mostrou que precisava de uma atitude. E sim, pode haver vários reflexos na nossa região. Isso já está sendo considerado no nosso planejamento operacional, na nossa forma de atuar, em que já estamos executando operações de divisa e já temos um núcleo de inteligência integrado com outros órgãos, que já está ativado, trocando bastante informações”, afirma Nikoluk que ainda afirma dar continuidade as ações que foram promissoras em 2017.

Tanto para Geraldo Alckmin quanto para a comandante da PM na RMVale, a tecnologia e inteligência, dispositivos com resultados positivos em São Paulo, serão essenciais para atuação da intervenção federal e defesa da divisa paulista. Mas que a participação da população, em serem os olhos da polícia, será essencial para que evitemos novos problemas.

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“Temos que estar 24 horas trabalhando e a polícia de São Paulo está bem preparada. Nós estamos com tecnologia de ponta. Agora, o Governo Federal tem que enfrentar as duas chagas brasileiras, que é o tráfico de drogas e o tráfico de armas, atuando em fronteiras com tecnologia, inteligência e formação”, pontua o governador.

“A denúncia anônima, agora, mais do que nunca, vai ser extremamente importante. As pessoas não devem ficar com medo, pois não há riscos. Elas devem observar o que está acontecendo de diferente em seu bairro e cidade e acionar a Polícia Militar, assim teremos uma atuação cirúrgica e seremos mais eficientes”, conclui a coronel da PM, Eliane Nikoluk.

Protocolo de cooperação

Os detalhes do convênio ainda terão de ser definidos, uma vez que não há previsão legal para essa ação - as forças estaduais não têm poder para atuar nessas estradas. O secretário Magino Alves disse que poderá usar tropas de folga, por meio da Atividade Delegada, para incrementar o número de agentes nas divisas. "Já podemos realizar prisões. O que queremos é montar operações e pontos de bloqueio", afirmou Alves.

Torquato dividiu a intervenção no Rio em três frentes. Uma seria o reforço das ações de fiscalização nas fronteiras do País; a segunda seria a ação nos estados do Sul e Sudeste para tentar apreender drogas e armas a caminho do Rio e, por fim, a própria intervenção no Estado fluminense.

Sem falar em valores, o ministro se dispôs a dar auxílio financeiro aos Estados para desenvolver operações policiais. No caso de SP, Alves descartou a necessidade de financiamento extra das operações, que serão custeadas com recursos do Orçamento estadual vigente.

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