Acionistas da Embraer aprovaram o acordo entre a empresa brasileira e a Boeing, durante Assembleia Geral Extraordinária realizada em São José dos Campos nesta terça-feira (26). A conclusão da negociação ainda depende do aval de órgãos reguladores internacionais, o que deve ocorrer até entre oito e dez meses.
O governo Jair Bolsonaro já aprovou o acordo em janeiro. A transação avalia 100% das operações de aeronaves comerciais da Embraer em US$ 5,26 bilhões e contempla um valor de US$ 4,2 bilhões pela participação de 80% da Boeing na joint venture.
De acordo com a Embraer, na assembleia desta terça-feira, 96,8% de todos os votos válidos foram favoráveis à transação, com a participação de aproximadamente 67% de todas as ações em circulação. Os acionistas aprovaram a proposta que estabelecerá uma joint venture composta pelas operações de aeronaves comerciais e serviços relacionados da Embraer. A Boeing deterá 80% da nova empresa e a Embraer os 20% restantes.
Os acionistas da Embraer também aprovaram a criação de uma joint venture para promover e desenvolver novos mercados para o avião multimissão KC-390. Sob os termos da parceria proposta, a Embraer deterá 51% das ações da joint venture e a Boeing, os 49% restantes.
“Essa importante parceria posicionará as duas empresas para oferecer uma proposta de valor mais robusta a nossos clientes e investidores, além criar mais oportunidades para nossos empregados. Nosso acordo criará benefícios mútuos e aumentará a competitividade tanto da Embraer quanto da Boeing”, disse Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente e CEO da Embraer, por meio de nota enviada a imprensa.
“A aprovação dos acionistas da Embraer é um passo importante no processo de aproximar essas duas grandes empresas aeroespaciais. Essa parceria global estratégica tem como base o longo histórico de colaboração entre Boeing e Embraer, beneficia nossos clientes e acelera nosso crescimento”, disse Dennis Muilenburg, presidente, chairman e CEO da Boeing, também por meio de nota.
Os negócios de defesa e jatos executivos e as operações de serviços da Embraer associados a esses produtos permanecerão como uma empresa independente e de capital aberto. Uma série de acordos com foco na cadeia de suprimentos, engenharia e instalações garantirá benefícios mútuos e maior competitividade entre a Boeing, a joint venture e a Embraer.
A Boeing e a Embraer anunciaram em dezembro de 2018 que haviam aprovado os termos das duas joint ventures e o governo brasileiro aprovou a transação em janeiro de 2019.
Em seguida, o conselho de administração da Embraer ratificou seu apoio ao acordo e os documentos definitivos foram assinados. A conclusão do negócio está sujeita a aprovações junto a autoridades reguladoras e a outras condições pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo, marcos que a Boeing e a Embraer esperam alcançar até o final de 2019.
Os sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos, Botucatu e Araraquara vão recorrer à Justiça para tentar anular a assembleia realizada nesta terça-feira.
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