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País só vacinou 16% do esperado contra sarampo e pólio

Alcance reduzido preocupa especialistas, que reforçam o alerta para a necessidade de proteger todas as crianças

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Vacina contra a Poliomielite e o Sarampo 

Reprodução/Estadão 

O Brasil chega hoje ao Dia D da campanha nacional de vacinação contra pólio e sarampo com cerca de 9 milhões de crianças ainda precisando ser imunizadas. Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, somente 16% do público-alvo já recebeu uma dose das vacinas.

O alcance reduzido da campanha até agora - ela teve início no dia 6 -, preocupa especialistas, que reforçam o alerta para a necessidade de proteger todas as crianças com menos de 5 anos para evitar um retorno das doenças. Hoje, todos os postos de saúde vão abrir as portas.

Após o sarampo ser considerado erradicado no Brasil em 2016, o País hoje enfrenta dois surtos da doença, segundo boletim divulgado na terça-feira: no Amazonas (910 casos confirmados, com duas mortes) e em Roraima (296 casos e quatro óbitos). Há casos isolados em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio, Rondônia e Pará. Ontem foram confirmados ainda dois casos em Pernambuco.

O alvo da campanha são todas as crianças com menos de 5 anos, independentemente da situação vacinal. O objetivo é criar "imunidade de grupo", um bloqueio em que não se deixa brecha para o vírus. Isso porque pode ocorrer de uma criança ou outra não ter resposta imunológica adequada. É por isso que se toma mais de uma dose e reforços. Segundo a Secretaria da Saúde paulista, 40% das crianças dessa faixa etária já foram imunizadas contra as duas doenças no Estado.

Resposta lenta. "A resposta em campanhas de outrora foi mais rápida. A gente não chegava quase no meio da campanha com uma cobertura assim tão baixa. A impressão é de que as pessoas não estão preocupadas com o sarampo. E isso ocorre porque muita gente não sabe, não lembra o que é sarampo. Mas é preciso entender que é uma doença muito grave, que mata", alerta Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

"A cobertura não está no padrão. Vamos ver como será o Dia D, se a mobilização vai conseguir dar um empurrão. Sabemos que muitos esperam esse dia para se vacinar, é mais fácil por ser sábado. Mas, se não tiver retorno, será necessário pensar em novas estratégias", comenta Cristina Albuquerque, chefe de Saúde, HIV e Desenvolvimento Infantil do Unicef no Brasil.

As especialistas sugerem aumento da busca ativa pelas crianças, em vez de esperar que os pais levem até o posto. "O Dia D vai mostrar como se comporta a vacinação por território. Com isso dá para ver onde é preciso ir. Mas é necessário também mobilizar lideranças locais, religiosas, nas escolas", diz Cristina.

Em nota, o ministério disse que ainda não é possível avaliar se a cobertura vacinal da ação nacional está ou não satisfatória. "A campanha só termina no dia 31, e os serviços de saúde têm até 15 dias, após o encerramento, para inserir no sistema dados de doses aplicadas." Até o momento, 996 municípios ainda não fizeram os registros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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