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Dólar tem dia de alta no aguardo por desfecho de episódio com Bebianno

Em dia de baixo volume de negócios no mercado de câmbio, por conta do feriado nos Estados Unidos, os investidores preferiram adotar posições defensivas e comprar dólar no mercado doméstico, fazendo a moeda americana fechar em alta de 0,79%, cotada em R$ 3,7344. No aguardo do desfecho da crise envolvendo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, e de uma agenda carregada no Brasil e no exterior nos próximos dias, as mesas de câmbio adotaram um tom de cautela nesta segunda-feira.

No mercado, um dos temores sobre o episódio envolvendo Bebianno, que se arrasta desde a última quarta-feira (13), é que possa atrapalhar a tramitação da reforma da Previdência. Pela manhã, na máxima, o dólar foi a R$ 3,74. A consultoria americana de risco político Eurasia minimizou essa possibilidade, ressaltando que o episódio mostra "trapalhada do governo", mas não deve afetar a alta popularidade do presidente e, assim, não atrapalharia a Previdência.

O economista-chefe do Citi no Brasil, Leonardo Porto, destaca que o episódio envolvendo Bebianno é importante, precisa ser monitorado, mas também ressalta que, por enquanto, não afeta a perspectiva de aprovação da Previdência. "A popularidade de Bolsonaro é muito importante para conseguir apoio no Congresso e este episódio não deve afetá-la. Apesar de ser um evento que não deve ser minimizado, não é um fato que afete nossa perspectiva de aprovação da reforma da Previdência até este estágio", disse ele.

A visão do Citi é que a reforma da Previdência deve ser aprovada este ano, com um texto que deve gerar uma economia fiscal na casa dos R$ 500 bilhões. Se isso ocorrer e mantido um ambiente externo relativamente tranquilo, o dólar deve terminar o ano na casa dos R$ 3,64. Já se Bolsonaro conseguir aprovar uma reforma mais ambiciosa, com maior economia fiscal, Porto vê chance de a moeda americana cair abaixo desse patamar. "Já se a reforma for mais diluída, o câmbio fica mais depreciado", disse ele. "Ainda tem muita incerteza sobre os parâmetros da reforma", completou.

Entre os próximos eventos desta semana que podem influenciar as cotações do dólar, o presidente Jair Bolsonaro deve ir pessoalmente no Congresso na quarta-feira (20) entregar o texto da reforma da Previdência aos parlamentares. No mesmo dia, será divulgada a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

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