Por Meon Em Brasil

Bolsa fecha abaixo dos 117 mil pontos com tensão entre EUA e Irã

No terceiro pregão do ano, o Ibovespa fechou em baixa, cedendo a linha dos 117 mil pontos, após ter permanecido boa parte da sessão, especialmente à tarde, não tão distante de máximas históricas renovadas logo na primeira sessão de 2020, na sequência do rali de dezembro. Assim, o principal índice da B3 encerrou a sessão desta segunda-feira em queda de 0,70%, a 116.877,92 pontos, tendo oscilado entre mínima de 116.268,69 e máxima de 117.706,66 pontos, ambas pela manhã. O giro financeiro foi elevado, totalizando R$ 27,4 bilhões na sessão.

Em dia de alta moderada para o Brent (+0,45%) e o WTI (+0,35%), as ações da Petrobras se mantiveram entre os destaques da sessão, com a preferencial em alta de 1,18% e a ordinária de 3,25% no fechamento. "Sabemos que o preço do combustível impacta inflação e o preço do frete", disse nesta tarde o presidente Jair Bolsonaro, logo após participar do início de reunião no Ministério de Minas e Energia sobre a questão.

Em Nova York, os três índices neutralizaram as perdas observadas mais cedo e fecharam o dia em terreno positivo, na ausência de notícias que apontassem um recrudescimento da tensão EUA-Irã. Com a contribuição de Wall Street, o Ibovespa chegou a moderar as perdas à tarde, mas voltou a aprofundá-las nas duas horas finais do pregão, cedendo, como mais cedo, a linha dos 117 mil pontos. "Esse movimento foi local, pelo que observamos, com o ajuste no real isolado de outras moedas no dia, levando a Bolsa junto, para baixo. Como ambos avançaram muito nos últimos 15 dias, uma realização é até bem-vinda, tendo em vista as incertezas", diz o integrante de uma mesa de operações.

"O Irã dará alguma resposta; certamente a morte do general Qassim Suleimani, um importante líder militar, não passará em branco. Acho que não haverá guerra, mas uma reação menor, como algum bloqueio aos navios petroleiros", diz Victor Beyruti, economista-chefe da Guide Investimentos, acrescentando que a cautela deve prevalecer por algum tempo. "Não tende a ser algo tão pontual e passageiro, pela gravidade do que aconteceu."

"Se a Rússia e a China aliados do Irã mostrarem contenção nos próximos dias, e é o que se espera que aconteça, o mercado tende a esquecer um pouco esse problema. Até lá, a aversão a risco continuará a dar o tom", diz um operador. No primeiro pregão do ano, no dia 2, em meio à incerteza sobre o Oriente Médio, os investidores estrangeiros sacaram R$ 409,224 milhões da B3.

Apesar da falta de clareza que tende a prevalecer no curto prazo, o cenário-base para 2020 permanece favorável, com políticas monetárias acomodatícias nas maiores economias, como EUA, China e zona do euro. A indicação da assinatura, no próximo dia 15, da fase 1 do acordo comercial entre EUA e China contribui para aliviar parte da incerteza sobre a disputa entre as duas maiores economias do globo. "Depois da assinatura, o mercado deve ficar mais exigente, especialmente quanto ao grau de implementação efetiva de certos aspectos do acordo, como o volume de compras, pela China, de produtos agrícolas americanos", observa Beyruti.

Por aqui, esta semana reserva leituras sobre a produção industrial e o IPCA que podem corroborar a percepção de que a retomada mais firme observada no terceiro trimestre tenha se estendido aos últimos três meses de 2019, com efeitos positivos para o ano em curso, acrescenta o economista-chefe da Guide Investimentos.

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