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Plano de Trump revê concessão do greencard e favorece mais instruídos

O presidente Donald Trump apresentou ontem um novo plano migratório para privilegiar trabalhadores "brilhantes". A mudança para um sistema com base no mérito marcaria um afastamento histórico da abordagem familiar que, segundo autoridades, é responsável por cerca de 66% dos greencards emitidos, enquanto 12% se apoiam no critério das habilidades.

O plano, que não aborda o destino de jovens imigrantes ilegais que foram levados para os EUA ainda crianças, tem poucas chances de avançar no Congresso e foi recebido com ceticismo por legisladores de ambos os partidos.

"Hoje, apresentamos um claro contraste", afirmou Trump em discurso na Casa Branca. "Os democratas estão propondo fronteiras abertas, salários mais baixos e, francamente, o caos sem lei. Estamos propondo um plano de imigração que coloca em primeiro lugar empregos, salários e segurança dos trabalhadores americanos. Nossa proposta é pró-EUA, pró-imigrante e pró-trabalhador. É apenas bom senso."

Segundo Trump, o plano não altera o número de greencards emitidos por ano, atualmente em 1 milhão, mas prioriza trabalhadores qualificados, e não aqueles cujas famílias já estão nos EUA. Com isso, os critérios de elegibilidade terão como base fatores como idade, habilidade para falar inglês, formação educacional e capacidade de criar emprego, como o estabelecimento de uma empresa, por exemplo.

Segundo o Washington Post, autoridades adiantaram o teor do plano para assessores republicanos no Congresso e ressaltaram que a nova política priorizaria de imediato as famílias, enquanto buscaria tornar os greencards mais generosos para quem tem boa formação educacional.

Diferentemente das propostas anteriores, o governo procurou assegurar que o número de greencards - que garante a estrangeiros residência legal permanente nos EUA - continuará o mesmo, o que manteria sem redução o número de imigrantes no país.

Sob o novo sistema, cerca de 57% dos greencards seriam emitidos com base no mérito. Atualmente, dois terços dos documentos são concedidos em processo com ligações familiares, o que a proposta da Casa Branca tentaria reduzir para um terço.

O sistema criaria ainda um processo de duas etapas, que começaria com exames cívicos e checagem de antecedentes. Os solicitantes do greencard seriam avaliados em um novo processo de pontos.

Segundo o Washington Post, a Casa Branca pediu aos assessores republicanos que evitem usar a expressão "imigração em cadeia" - um termo utilizado pelo próprio presidente para criticar o programa de unificação familiar. Em fevereiro do ano passado, os pais da primeira-dama, Melania Trump, eslovena naturalizada americana, foram beneficiados pelo programa para obter a residência permanente.

Antes do discurso de Trump, a presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, disse que mérito é um termo "condescendente". "Eles estão dizendo que a família não tem mérito? Eles estão dizendo que as pessoas que já vieram para os EUA não têm mérito, porque não possuem um diploma de engenharia?", criticou Pelosi.

O apoio dos democratas, que dominam a Câmara dos Deputados, seria necessário para avançar com qualquer lei para o Senado, que é liderado pelos republicanos.
Trump, que fez da luta contra a imigração ilegal um dos principais temas de seu governo, garante que os EUA estão sendo invadidos por imigrantes e solicitantes de asilo.

"Se, por algum motivo, não conseguirmos que os democratas aprovem esse plano agora, conseguiremos aprová-lo imediatamente após a eleição, quando tomarmos de volta a Câmara (dos Deputados), mantivermos o Senado e, é claro, nos mantivermos na presidência", disse Trump. (Com agências internacionais)


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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