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Guaidó admite negociação na Noruega

Pela primeira vez desde que Juan Guaidó se proclamou presidente interino da Venezuela, em janeiro, opositores e chavistas deram os primeiros passos para negociar um acordo. Aliados do presidente Nicolás Maduro e membros da oposição se reuniram nos últimos dias com a chancelaria da Noruega, em Oslo.

Sem negar os encontros, Guaidó tentou minimizá-los, com um tuíte em que afirma que as conversas não são a única iniciativa em curso para o fim da crise. "Grupo de Contato, Canadá, Reino Unido, Noruega, Grupo de Lima, além de outras iniciativas, nos apoiam para chegar a uma solução da crise. Para os venezuelanos, a rota é clara, e nós a mantemos: fim da usurpação (do poder), governo de transição e eleições livres", escreveu Guaidó.

O representante do chavismo na ONU também confirmou as negociações. "Sim, está havendo conversas entre governo e setores democráticos da oposição", disse Jorge Valero, embaixador da Venezuela na ONU, em Genebra. "Infelizmente, há uma oposição que é belicista, terrorista e fascista, simples marionetes do império dos EUA."

Nos últimos dias, representantes de Maduro viajaram a Oslo, entre eles o ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez, e o governador do Estado de Miranda, Héctor Rodríguez, para encontrar delegados de Guaidó, como o ex-deputado Gerardo Blyde e Fernando Martínez Mottola, ex-ministro de Carlos Andrés Pérez, aos quais se juntou o deputado e vice-presidente da Assembleia Nacional, Stalin González.

Três fontes relataram à Reuters como ocorreram as conversas. Segundo eles, os enviados exploraram possíveis caminhos para avançar em uma agenda de temas e uma metodologia de trabalho. As mesmas fontes asseguram que as negociações foram feitas separadamente com representantes do Ministério das Relações Exteriores da Noruega e negam que tenha sido estabelecida uma mesa de diálogo.

Segundo fontes ligadas às negociações, as reuniões sob a mediação da Noruega não surgiram subitamente, mas são resultado de reuniões realizadas separadamente, durante meses. Os contatos começaram em Cuba e várias reuniões foram realizadas em local secreto em Oslo, mediadas pela chancelaria da Noruega. As duas delegações voltaram ontem a Caracas.

As reuniões surpreenderam alguns dirigentes opositores, como Julio Borges, ex-presidente da Assembleia Nacional, exilado em Bogotá. Pelo Twitter, ele assegurou que, tanto ele quanto seu partido, o Primero Justicia, souberam da iniciativa pela imprensa. "Soubemos desta iniciativa uma vez que já era pública", escreveu Borges. "Não avaliamos nenhum tipo de diálogo com a ditadura."

Muitos opositores estão céticos quanto às negociações, já que outras tentativas falharam, dividiram a oposição e deram tempo a Maduro para que ele consolidasse seu poder.

Ao contrário de outros países europeus, a Noruega - que não faz parte da União Europeia - não reconheceu Guaidó, líder da Assembleia Nacional, como presidente interino, mas mostrou seu apoio e pediu a retomada do diálogo e novas eleições. (Com agências internacionais)



As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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