Por Jogando Juntos Em Regional

Rugby tem um sábado com a Seleção em São José e a abertura do Paulista

Times da região folgam na rodada e com jogadores entre os selecionáveis

O rugby brasileiro tem um sábado especial, com a Seleção Brasileira jogando no estádio Martins Pereira e o Campeonato Paulista começando com duas partidas. O São José e o Jacareí folgam na tabela e têm jogadores entre os selecionados. Os jacareienses ainda fazem um amistoso, recebendo o paulistano São Bento.

Sobre o jogo da Seleção, o departamento de Comunicação da Confederação Brasileira de Rugby divulgou o seguinte texto:

A Seleção Brasileira de Rugby XV encara nesse sábado (24), os Estados Unidos, pela quarta rodada do Americas Rugby Championship. A partida, marcada para às 17h40, será realizada no Estádio Martins Pereira, em São José dos Campos (SP). O jogo terá transmissão ao vivo da ESPN e os ingressos podem ser comprados pelo site StubHub.

“Esperamos jogar melhor do que o último jogo, quando as gélidas terras canadenses frearam nossa crescente no campeonato. Mas estamos convencidos que nosso jogo vai ser melhor e mais ‘solto’ contra os EUA aqui em São José dos Campos”, disse Moisés Duque, autor do ponto da virada dos Tupis sobre os Eagles duas temporadas atrás.

O técnico Rodolfo Ambrósio definiu sua equipe, que terá: 1-Michel “Vanzinha”, 2-Yan, 3-Jardel, 4-Lucas “Bruxinho”, 5-Cleber “Gelado”, 6-Arthur, 7-Matheus, 8-Arruda, 9-Laurent, 10-Josh, 11-Robert, 12-Moisés, 13-Felipe Sancery, 14-Stefano, 15-Lucas Tranquez “Zé”, 16-Angelo, 17-Abud, 18-Matheus Rocha, 19-Diegão Lopez, 20-Michael “Ilha”, 21-Daniel “Maranhão”, 22-Ariel e 23-De Wet.

Na convocação inicial, seis jogadores das equipes entre os 23 relacionados: Moisés Duque, Felipe Sancery e Caíque Silva são os selecionáveis do São José e Matheus “Matias” Daniel, Leo Ceccarelli e Ariel Rodrigues, os do Jacareí.

O Brasil tenta fazer valer mais uma vez o fator casa, que duas temporadas atrás foi decisivo na partida contra os Eagles. Naquela oportunidade, em 2016, os Tupis venceram o forte adversário pela primeira vez na história, jogando na Arena Barueri, na Grande São Paulo, e quebraram o recorde de time menos ranqueado (Brasil, 42º colocado) na World Rugby superando um adversário melhor colocado (EUA, 16º).

Os Tupis também devem contar com amplo apoio dos torcedores, uma vez que São José dos Campos é um polo de desenvolvimento da modalidade, contando com uma das principais equipes nacionais, o São José, e vizinho do atual campeão brasileiro de rugby XV, o Jacareí.

“São José dos Campos é uma das casas das academias de alto rendimento do Brasil, ou seja, muitos atletas moram e treinam aqui todos os dias. E para mim é ainda mais especial, porque literalmente jogarei em casa. Sou ‘caipira’ nascido e criado aqui. Será, mais uma vez, um prazer enorme jogar com a seleção brasileira no tradicional Estádio Municipal Martins Pereira”, complementou o camisa 12.

“Queremos evoluir como time, grupo e jogar bem para poder vencer. Se quisermos seguir jogando em alto nível internacional esse é o caminho. Ganhar deles já não será novidade, pois fizemos isso uma vez. Agora temos que seguir evoluindo”, finalizou.

O Estadual

O principal campeonato estadual de rugby começa neste sábado. O Jacareí, vice-campeão em 2017, ainda folga e faz um amistoso no Campo do Balneário, contra o paulistano São Bento. O São José também estreará no dia 3 e aproveita a presença da Seleção na cidade.

A o departamento de Comunicação da Federação Paulista de Rugby divulgou o seguinte texto sobre o campeonato:

Neste fim de semana será dado o pontapé inicial para o mais forte campeonato estadual do Brasil, a Série A do Campeonato Paulista, o topo de um total de 5 divisões que reúnem clubes de todas as regiões. A primeira divisão de São Paulo dispensa apresentações, com todos os seus 8 participantes prontos também para disputarem neste ano a primeira divisão do Campeonato Brasileiro, fazendo dele uma competição condensada da elite do rugby nacional.

O formato de disputa se manteve, com o consagrado sistema de 8 clubes se enfrentando, todos contra todos, em turno único. Os 4 primeiros colocados avançarão às semifinais, com a grande final marcada para o dia 9 de junho. Já o último colocado será rebaixado à Série B, enquanto o penúltimo terá que encarar no fim do ano uma repescagem contra o vice campeão da segunda divisão, valendo a permanência na Série A. A única alteração no calendário foi o espaçamento maior das partidas, permitindo maior tempo de descanso aos atletas e o público acompanhar mais jogos.

No ano passado, o Paulista conheceu uma final inédita, entre Poli e Jacareí, com os politécnicos vencendo pela primeira vez a competição em uma disputa emocionante vencida somente na prorrogação. O Jacareí, na sequência do ano, seguiu cresceu e acabou se sagrando pela primeira vez campeão brasileiro. Ambos seguirão entre as grandes potências do estado para 2018, mas forças tradicionais como São José, Band Saracens, Pasteur e SPAC também seguem almejando o máximo título estadual, ao passo que Rio Branco e Templários entram em 2018 de olho em darem um passo adiante para permanecerem entre os melhores de São Paulo.

Dois duelos abrem oficialmente a competição na capital. A atual campeã Poli recebe o Rio Branco, em duelo de equipes que vivem situações totalmente opostas. Os Politécnicos são os favoritos baseado no retrospecto recente (vitória de 75 x 19 no Paulista do ano passado) e no forte elenco. Na Arena Paulista de Rugby, no CERET, o Band Saracens abre sua temporada em clássico contra SPAC, confronto que deve ser muito mais equilibrado (23 a 22 para o SPAC em 2017).

Saiba mais sobre cada uma das equipes do Paulista A

Band Saracens

Cidade: São Paulo

Último título do Paulista Série A: 2003

2017: 5º colocado

2018: “As expectativas para o Paulista são bem simples para nós: desenvolver um estilo de jogo que possamos confiar ao longo da temporada. Não estou focado tanto nos resultados. Se conseguirmos jogar cada jogo na maior intensidade, poderemos competir com qualquer um”, comentou Josh, atleta e treinador do time.

2017 foi um ano de ressurgimento para o tradicional clube da zona sul paulistana, que se reergueu do rebaixamento do campeonato nacional em 2016 com uma boa campanha no Paulista durante o primeiro semestre e o título da Taça Tupi, a segunda divisão nacional. Mesmo com a saída do artilheiro Erick Iglesias, a expectativa é de um Band mais forte, com a volta do neozelandês Josh Reeves ao time como treinador e atleta, juntando-se a Will e Laurent como homens criativos do time, todos também com passagens pela seleção. Wilton Rebolo, fora de boa parte da última temporada devido uma lesão no joelho, retorna para reforçar o pack ao lado dos também selecionáveis Jonatas “Chabal” e Paganini.

Jacareí

 Jacareí

Cidade: Jacareí

Último título do Paulista Série A: Nunca foi campeão paulista

2017: Vice campeão – 2º colocado na 1ª fase

2018: “A expectativa para essa temporada é a melhor possível. 2017 foi um ano incrível para o clube e claro que as expectativas se elevam em relação a resultados. Mas todos estamos com os pés no chão muito focados em trabalhar duro dentro e fora de campo e com uma proposta de incorporar ainda mais os jogadores provenientes das categorias de base ao plantel adulto, dando sequência à filosofia do Jacareí de priorizar a formação de atletas a longo prazo”, afirmou Gabó, novo treinador dos Jacarés.

O campeão brasileiro de 2017 buscará em 2018 o título que lhe falta: o de campeão estadual de XV adulto. O clube mudou o comando do time, com Gabó Cenamo, que deixou a posição de assistente das Yaras (a seleção feminina de Sevens), assumindo a vaga deixada por Júlio Faria, que segue agora nas categorias de base do clube. Gabó tem experiência para fazer jogar o seu máximo um elenco forte que une atletas de experiência nos Tupis – Leo Ilha, Ariel, Matias, Matheus Claudio, Blade e Matheus Cruz – com jovens atletas já campeões na base.

Pasteur

Cidade: São Paulo

Último título do Paulista Série A: 2015

2017: 6º lugar

2018: “Neste ano, como sempre, continuaremos no Pasteur a utilizar jogadores que subiram da base e irão ajudar a compor o elenco da equipe adulta. Seguiremos trabalhando com o sistema de jogo que o Philipe Benetton (ex-atleta com passagem pela fortíssima seleção francesa) trouxe ao clube em 2017 e manteremos nosso estilo de jogo veloz e de mãos”, comentou Gabriel Cacuro, capitão e treinador do PAC.

O Pasteur não teve os resultados esperados em 2017, mas mostrou uma promissora evolução. O clube sediado na Vila Mariana fez um estadual discreto, mas subiu de produção no Brasileiro e brigou pelo título nacional. O time é forte e manteve basicamente se manteve igual ao do ano passado, sem maiores baixas, valendo-se a força de sua base e de sua proximidade ao Rugby Para Todos, projeto social de Paraisópolis e celeiro de algumas das maiores revelações do país. Diegão e Robert são os nomes dos Tupis que estão em um grupo com muitos nomes experientes. O clube ainda aguarda a chegada de dois atletas franceses, enquanto vai planejando novos passos em seu futuro.

Poli

Cidade: São Paulo

Último título do Paulista Série A: 2017

2017: Campeã – 1ª colocada na 1ª fase

2018: “Vamos usar o paulista pra unir o grupo e passar nossa ideia de jogo pros novos jogadores. Usaremos como treino e preparação pro Brasileiro que é nosso maior objetivo esse ano”, sintetizou Maurício Carli, treinador do clube atual campeão estadual.

Poucos clubes no Brasil têm a estrutura e o plantel da qualidade que a Poli tem hoje. No ano passado, o time da USP deu o maior passo de sua história e conquistou o Campeonato Paulista em uma campanha fenomenal. O clube se reforçou demais no ano passado, com nomes do calibre de Gelado, De Wet, Abud e Carnaval, liderados por Beukes (que deverá ser desfalque neste ano por lesão). Para 2018, mais Tupis desembarcaram por lá, como Zé, Bengaló e Maranhão além de jogadores de clubes rivais, como Carlão (SPAC) e Walter Schildberg (Rio Branco). Mas o treinador Maurício Carli sabe bem que terá que formar um grupo com profundidade, pois, a exemplo do ano passado, a Poli poderá passar rodadas sem contar com seus Tupis. Ainda assim, o clube vem trabalhando nisso e será invariavelmente forte – e com ambição de faturar tudo o que disputar.

Rio Branco

Cidade: São Paulo

Último título do Paulista Série A: 2002

2017: 7º colocado

2018: “Tivemos como novidade a incorporação do pessoal do Corinthians, vários atletas e comissão técnica do Tonhão e do Marcelo Han. Sabemos de nossas dificuldades, mas nossa expectativa é fazer jogos duros e devolvermos o respeito de todos à camisa do Rio Branco”, deixou claro Luiz Antonio “Bastareaud”, capitão do time.

Os Pelicanos estão vivendo um pesadelo sem fim, com o clube declinando dramaticamente em termos de resultados, tanto no estadual como no Brasileiro. Em 2017, o clube da Lapa obteve apenas 2 vitórias – contra São Carlos e ABC – e sofreu pesadas derrotas ao longo de todo o ano, sendo ainda protagonista de uma das grandes polêmicas da temporada ao ser promovido à primeira divisão do Brasileiro mesmo sem ter vencido um jogo sequer da Taça Tupi. O orgulho de uma das mais gloriosas instituições do rugby tupiniquim está ferido e todo o rugby nacional estará de olho se em 2018 o Rio Branco será capaz de reagir, especialmente sem Daniel “Maranhão”, seu principal jogador, e o ex-capitão Walter Schildberg, ambos na Poli, o rival da zona Oeste.

São José

Cidade: São José dos Campos

Último título do Paulista Série A: 2016

2017: Semifinalista – 4ª colocado na 1ª fase

2018: “A comissão técnica do São José rugby espera para este paulista continuar o desenvolvimento do projeto de 2017. Desenvolver nossos garotos que subiram da base, aumentando as rotinas de treino, de 2 vezes por semana para 5 vezes por semana. Grandes ambições estão rodeado este ano, estamos trabalhando duro nos treinos. O paulista vai servir como preparação para o brasileiro, estou muito feliz de estar à frente do grupo, conheço bem os atletas e estamos em grande sintonia de trabalho”, analisou Duda Padilla, treinador do time.

Duda, aliás, é a maior novidade do São José, que atipicamente não terá seu time adulto comandado por Maurício Coelho, que voltará seu trabalho ao feminino. Duda terá em mãos um grupo que ele conhece muito bem, já que o treinador trabalhará com um elenco recheado de jovens promessas que ele próprio já treinou. O São José é uma instituição de peso do rugby nacional e campeoníssima em todas as categorias, mas passa por um momento de renovação e transição. Os joseenses têm Tupis do peso de Moisés, Tanque, Stefano e os irmãos Sancery, mas a disponibilidade de atuação desses nomes é sempre incerta, pelo foco deles na seleção, o que significa que o protagonismo e a responsabilidade em boa parte do ano deverão recair sobre os jovens. O São José entrará no ano com a desconfiança depois de um ano de resultados aquém da tradição do clube, mas com esperanças de que seus valores continuem com sucesso um processo de amadurecimento, pensado a médio prazo.

SPAC

Cidade: São Paulo

Último título do Paulista Série A: 1999

2017: Semifinalista – 3ª colocado na 1ª fase

2018: “O SPAC vem para esse Paulista de 2018 com um grupo menos experiente que 2017. Estamos passando por uma renovação. Estamos tentando arrumar o time para que possamos fazer um bom campeonato. Sabemos que não podemos contar com títulos diretamente, mas estamos correndo pelas beiradas, pois iremos colocar em campo toda nossa vontade e competitividade. O time pode ser novo, mas a vontade de fazer o melhor dentro de campo tem que fazer parte do nosso grupo, assim como foi sempre, e esperamos fazer um bom campeonato para quem sabe superar as nossas expectativas”, comentou André “Boy”, capitão do time.

O SPAC chegará ao Paulista sem badalação. O decano do rugby nacional perdeu dois de seus melhores nomes, Zé e Carlão, em mais um ano que o clube teve perdas significativas (Felipe Claro se aposentou ao fim da temporada passada e Nick Smith foi morar na Inglaterra). Mas Bergo, em grande fase com os Tupis, permaneceu no time. A equipe sediada à beira da represa de Guarapiranga não deixa de ser forte, tendo chegado à semifinal do último Paulista e apresentado alguns bons momentos no Super 8, mas vive uma processo de renovação que, como toda transição, traz consigo incertezas. Boy segue sendo um dos líderes de um grupo que está mais jovem para este ano e que terá grandes provações ao longo do certame para amadurecer.

Templários

Cidade: São Bernardo do Campo

Último título do Paulista Série A: estreia na divisão

2017: Campeão da Série B

2018: “Esperamos um torneio muito duro, é um degrau acima do que estamos acostumados, mas um passo necessário. Vamos pensar um jogo de cada vez e acredito que podemos vencer ao menos dois jogos e surpreender os adversários nesse ano. Temos um bom grupo e todos estão muito motivados para o Paulista”. comentou Gareth Owen, treinador da equipe.

Um passo de cada vez para o clube de São Bernardo. O Templários viveu a provação e o sonho em 2017, tendo a temporada mais desgastante de todo o rugby brasileiro e, mesmo assim, com uma maratona interminável de jogos, sendo capaz de atingir dois feitos históricos para a agremiação: a promoção à elite tanto do Paulista como do Brasileiro. O sucesso do clube do ABC Paulista passa pelo sólido trabalho do técnico inglês Gareth Owen e por uma comunidade muito atuante e unida. O objetivo do Templários é um só: permanecer na primeira divisão.

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Nas imagens (foto de Adriano Matos/Jacareí Rugby), um jacareiense tentando conter um adversário em partida do ano passado e (foto de João Neto/Fotojump/BrasilRugby), a Seleção enfrentando o Uruguai.

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