Peregrinos podem carimbar passaporte em todas as 38 cidades que compõem o Crer; Lorena faz parte da rota
Divulgação/Diocese de Mariana
O Crer - Caminho Religioso da Estrada Real é o maior roteiro turístico religioso do Brasil, com participação de 38 cidades, sendo 32 mineiras e seis paulistas, entre elas, Lorena. Com cerca de 750 quilômetros, o trajeto liga o Santuário Estadual Nossa Senhora da Piedade, em Caeté (MG), ao Santuário Nacional de Aparecida.
O trajeto pode ser percorrido a pé, de bicicleta, cavalo ou veículos 4x4, a partir de qualquer uma das extremidades do circuito.
O Crer permite conhecer as capelas e igrejas que deram origem aos 38 municípios e as histórias de fé, de sofrimento e de visão de futuro de cada comunidade. Também é uma oportunidade de vivenciar momentos de contemplação, de autoconhecimento, de superação, de espiritualização e de transformação.
Além da experiência espiritual, religiosa e de superação, os romeiros tem a oportunidade de aumentar seu conhecimento histórico e cultural, por meio de passeio por templos barrocos, casarões coloniais, desgutação de pratos típicos e participação de festas tradicionais. As belíssimas paisagens montanhosas ajudam a manter o foco na sustentabilidade e respeito à natureza.
O envolvimento das comunidades locais, incluindo desde o pequeno artesão e cozinheiras até pousadas e hotéis mais estruturados, reforçam ainda mais o caráter sustentável do Crer.
O circuito foi lançado em 2017 pelo Instituto Estrada Real para incentivar o turismo nas cidades cortadas pelas rotas. É conhecida como Estrada Real a rota utilizada no Brasil colonial para levar o ouro e diamantes extraídos de Minas Gerais para o Rio de Janeiro.
Como em outras rotas de peregrinação de longa distância, no Crer o peregrino também pode adquirir um passaporte para carimbá-lo em cada cidade por onde passar. Ao final do percurso, em Aparecida ou Caeté, o viajante recebe um certificado de conclusão do Crer. Para aumentar a segurança dos peregrinos, em todo o trajeto foram instalados totens indicativos e placas informativas e de orientação.
O Caminho Religioso tem início na Serra da Piedade, a 1.696 m de altitude, ponto mais alto do percurso, no Maciço do Espinhaço.
No trajeto ganha destaque a transição dos biomas Cerrado e Mata Atlântica, ocasionando uma diversidade única de árvores, como os jacarandás, os ipês e os jequitibás, além de abrigar gramíneas, bromélias, orquídeas e samambaias.
A fauna única e expressiva conta com várias espécies endêmicas de répteis, anfíbios, invertebrados e mamíferos, destacando-se o lobo-guará e os macacos guigó e mono-carvoeiro.
Totens e placas orientam peregrino em todo o trajeto do Crer, entre Aparecida e Caeté (MG)
Divulgação/IER
O Planalto, que cobre boa parte do Caminho, é caracterizado por relevos bem acidentados, com campos rupestres, vales, colinas e serras, com uma média de 800 m de altitude. O caminho passa por quatro bacias hidrográficas: Rio São Francisco, Rio Doce, Rio Grande e Rio Paraíba do Sul.
No trajeto, o romeiro passa também por algumas Unidades de Conservação, como o Santuário do Caraça (federal), o Parque Estadual do Itacolomi, com altitudes que variam de 700 m a 1.772 m, e a APA Mantiqueira. Ao passar por estas áreas, o peregrino, além de conhecer e contemplar a exuberância da paisagem, o peregrino é orientatdo a respeitar as regras de comportamento que precisam ser adotadas em áreas de proteção ambiental.
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